Adiamento dos Jogos Olímpicos dá novas esperanças de o golfe brasileiro ir a Tóquio

30/03/2020

Os paulistas Rodrigo, Rocha, Becker e Altmann e o gaúcho Adilson ainda podem chegar lá

 Adilson da Silva (acima) e Alexandre Rocha, Rodrigo Lee, Rafa Becker e Luiza Altmann (abaixo): sobrevida em busca de vaga para Tóquio

por | Ricardo Fonseca

Quando as competições internacionais de golfe foram interrompidas no começo de março por causa da pandemia de Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, o SARS-Cov-2 (sigla em inglês de Síndrome Respiratória Aguda Grave de coronavírus 2), os brasileiros do circuito internacional viviam um bom momento, mas todos ainda distantes de conseguir se classificar para o golfe dos Jogos de Tóquio 2020, que seria jogado de 30 de julho a 2 de agosto (homens) e de 5 a 8 de agosto (mulheres).

O problema é que a Corrida Olímpica de dois anos já estava para se encerrar, em 22 e 29 de junho, respectivamente, para homens e mulheres, sem dar tempo de os cinco brasileiros competindo no circuito mundial de conquistar os pontos para galgar as posições necessárias no ranking mundial de golfe (OWGR), que está congelado até poder se competir com segurança novamente. Hoje, para chegar no Jogos de Tóquio, seria preciso estar entre os Top 250 do mundo, no masculino, ou entre as Top 400, no feminino.

Definidas novas datas – Nesta segunda-feira, 30 de março, finalmente, o presidente do Comitê Organizador do Tóquio 2020, Yoshiro Mori, e o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, chegaram a um acordo e anunciaram que os Jogos de Tóquio 2020 (o nome não muda para 2021) será jogado de 23 de julho e 8 de agosto de 2021, exatamente um ano de adiamento (a data anterior era de 24 julho a 9 de agosto deste ano).

Essa definição de datas era o que a Federação Internacional de Golfe (IGF) precisava para definir como se dará anova classificação do golfe. Ao contrário de muitos esportes, que já tinham atletas classificados para Tóquio, e que terão suas vagas asseguradas, o golfe só definiria os 60 homens e 60 mulheres para a competição dentro de aproximadamente quatro meses. Certamente manter o fim da corrida olímpico do golfe no final de junho como previsto, 13 meses antes dos Jogos, não é uma opção.

O que muda – A IGF debruça-se agora com dois cenários; estender a corrida olímpico por mais um ano, o que elevaria o período de pontuação para 54 meses (três anos), um grande problema, uma vez que o critério de classificação é o OWGR, que zera os pontos após 36 meses, ou, o mais provável, realocar o período da Corrida Olímpica do golfe de 2 de julho de 2019 a 23 de junho de 2021 (homens) e de 9 de julho de 2019 a 30 de junho de 2020 (mulheres).

Outras opções são arriscadas pois se algumas semanas fazem toda a diferença para se mensurar o estado atlético de um golfista, o que dirá vários meses ou um ano ou mais. As Corridas Olímpicas para o Rio 2016 terminaram um mês antes das competições, mesmo critério adotado para o Tóquio 2020, não houvesse sido adiada a competição. Um ajuste possível é levar em conta os 24 meses anteriores, descontado o período em que o ranking mundial ficou congelado, desde 8 de março.

Brasileiros – Quem estava mais perto de uma vaga olímpica era o gaúcho Adilson da Silva, que já defendeu o Brasil no Rio 2016. Depois de uma fase ruim na virada de 2019 para 2020, quando não terminou cinco de seis torneios (quatro cortes e um desistência), Adilson reagiu pontuando duas vezes nos últimos três eventos, com um 14º lugar em Cape Town e um 16º na Malásia. Infelizmente foram poucos pontos e ele é hoje o número 345 do mundo. Com mais 16 meses para pontuar, Adilson pode chega lá, apesar de completar 49 anos em janeiro. Adilson compete nos Tours Asiático e Sul-Africano.

Mas a maior ascensão recente de um brasileiro no ranking foi protagonizada pelo paulista Alexandre Rocha, que venceu o Estrela do Mar Open, do PGA Tour Latinoamérica, dia 8 de março, último torneio antes de o golfe mundial entrar em quarentena. Rocha, que completará 43 anos em novembro, é agora o 533º do mundo e terá praticamente toda a temporada 2020 pela frente, e quem sabe, o primeiro semestre do Korn Ferry Tour de 2021, caso termine o ano como um dos Top 5 do circuito. Isso se a IGF mudar a Corrida Olímpica como previsto.

Rodrigo – Quem já está no Korn Ferry Tour é paulista Rodrigo Lee, que chegou lá através das seletivas (Q-School). Infelizmente, ele ganhou o direito de jogar apenas oito torneios antes de uma reclassificação das prioridades de inscrição. Como jogou seis campeonatos, mas não passou nenhum corte, precisa ganhar algum dinheiro nos próximos dois eventos, para não ter dificuldade de competir no restante da temporada. Talento ele tem de sobra. Rodrigo é o terceiro brasileiro do OWGR, na 1.085ª colocação.

O quarto e último brasileiro no OWGR é paulista Rafa Becker, 1.266º do mundo. Em 2020 ele só jogou no México, e não passou o corte. Nas últimas duas temporadas do PGA Tour LA, teve cinco Top 10s. Mas já venceu no circuito, em 2014, com o título do Aberto do Brasil. Se tiver toda a temporada pela frente, e mais o primeiro semestre de 2021, pode virar o jogo.

Feminino – As duas brasileiras que se classificaram para o Rio 2016 estão longe de voltar aos Jogos Olímpicos. A paranaense-alemã Miriam Nagl parou de competir, enquanto Victória Lovelady, sem cartão, ensaiou uma volta ao circuito mundial, sem sucesso. Ambas não estão mais no ranking mundial, que hoje só tem duas brasileiras com pontos ativos.

Quem pode fazer a diferença, com o adiamento de um ano, é a paulista Luiza Altmann, que jogou no Europa em 2019, perdeu o cartão e ia conseguindo vagas para voltar a jogar no Ladies European Tour e seu circuito de acesso, quando as competições pararam. Jovem e talentosa, Luiza é hoje a 1.117ª do ranking mundial feminino, (Rolex Rankings), onde é muito mais fácil ganhar posições rapidamente, do que no masculino. Luciane Lee, é a 1.305ª do ranking, mas não está competindo esta temporada.

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