Adilson da Silva faz história com 1º título brasileiro na Ásia e dispara no ranking olímpico

01/10/2018

Se os Jogos de Tóquio 2020 fossem hoje, gaúcho seria o único representante do país no Japão

por: Ricardo Fonseca

Adilson da Silva tornou-se neste domingo, 30 de setembro, o primeiro brasileiro a vencer no Tour Asiático ao conquistar o título do Taiwan Masters, um dos majors do circuito profissional que está entre os maiores e mais importantes do mundo. Um feito que transcende as fronteiras daquele continente, uma vez que fez o brasileiro subir de uma só vez 155 colocações no ranking mundial de golfe, para ser o 261º da lista e entra direto na 56ª colocação do ranking dos 60 jogadores que vão se classificando para os Jogos de Tóquio 2020.

Para Adilson, vestir a jaqueta verde de um dos mais importantes torneios de golfe da Ásia e do mundo, foi a realização de um sonho que ele perseguia desde que entrou para o Tour Asiático, em 2011, pelo Q-School. Adilson, que ficara sem competir por mais de três meses, entre maio e agosto, por causa do nascimento de suas filhas gêmeas, ganhou o maior prêmio de sua carreira – US$ 170 mil. Adilson havia sido vice-campeão desse torneio, em 2017, e terceiro colocado, em 2015.

Vitória – Adilson, que entrou líder na volta final e venceu com 281 (71-70-70-70), sete abaixo do par e uma à frente de dois adversários, diz que entrou em campo pensando em jogar duas abaixo, como fez. “Eu disse a mim mesmo para não me preocupar com as pontuações dos outros jogadores e apenas me focar em jogar tacada por tacada e acho que isso me ajudou muito”, diz Adilson, de 46 anos. O Taiwan Golf and Country Club, onde o torneio foi jogado, estava comemorando 100 anos de fundação.

“Tenho trabalhado duro e essa vitória veio na hora certa, num momento em que comecei a acertar as coisas e a ter confiança”, conta Adilson, que representou o Brasil na volta do golfe aos Jogos Olímpicos, no Rio 2016. “É muito especial finalmente vencer na Ásia e em um torneio que significa muito para mim”, comemora o melhor brasileiro do ranking mundial de golfe da década.

“Minha esposa Althea e eu acabamos de receber nossas meninas gêmeas há três meses, Sienna e Amelia”, conta o gaúcho de Santa Cruz do Sul, que deixou a cidade ainda adolescente, para ir morar e jogar golfe na África.  “Já tínhamos o Marcelo nosso primeiro filho e acho que as crianças me empurraram para fazer cada vez melhor”, avalia. “Dizem que os recém-nascidos lhe dão sorte e eu acho que é verdade!”

Susto – Não foi uma vitória fácil para Adilson, que fez três birdies na volta final e um bogey no 18 e vinha sendo perseguido pela elite do golfe asiático e mundial, incluindo o americano Berry Henson que teve chance de vencer ou levar o jogo para o desempate, antes de fazer bogey no último buraco e ser um dos vice-campeões, com 282 (71-73-69-69), com o melhor acumulado do final de semana. O local Lin Wen-Tang também empatou em segundo (70-72-70-70), com bogey no 17.

Esse foi o quinto título de Adilson em torneios do ranking mundial de golfe, onde já havia vencido quatro vezes no circuito sul-africano, o Sunshine Tour, entre 1998 e 2013. O brasileiro tem outros oito vice-campeonatos, incluindo mais dois na Ásia, um no Taiwan Masters de 2014 e outro no Singapore Classic de 2011. Adilson está agora perto de sua melhor marca no ranking mundial, onde já foi o 214º colocado, em 2013, quando venceu dois torneios: o Zambia Open e o Sun City Challenge.

Tóquio 2020 – Adilson, que se classificou para o Rio 2016 por mérito próprio, sem depender da vaga do país sede, quando era o 267º do ranking mundial de golfe, terá agora a chance de voltar a defender o Brasil no Tóquio 2020. A corrida olímpica começou em 1º de julho de 2018 e prossegue até 22 de junho de 2020, com base nos pontos do ranking mundial. Classificam-se apenas 60 jogadores, com limite de dois por país (quatro, se estiver entre os Top 15 do mundo).

Adilson já pontuou oito vezes para o ranking mundial em 2018, incluindo três desde o começo da corrida olímpica, com um vice-campeonato no Sun Wild Coast Sun Challenge, no final de agosto, na África do sul, e um nono lugar no Asia-Pacific Diamond Cup Golf, na semana passada, no Japão, em torneio válido para o Tour Japonês e Asiático.

Ranking – Assim que a Federação Internacional de Golfe (IGF) atualizar o ranking olímpico, Adilson irá aparecer em 56º lugar, à frente do mexicano José de Jesús Rodríguez (57), do português Pedro Figueiredo (58), do filipino Miguel Tabuena (59) e do argentino Andres Romero (60). Adilson tem hoje média de 0,6946 ponto no ranking mundial contra 0.5935 de Romero, que fecha a lista.

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