Cachês de US$ 300 mil a US$ 2 milhões garantem melhores do mundo na Arábia Saudita

29/01/2020

Torneio do Tour Europeu sofreu pressão da imprensa e teve algumas desistências disfarçadas

Dustin Johnson defende título no país campeão de violações aos direitos humanos. Foto: divulgação

por | Ricardo Fonseca

Um regime com sérios problemas de direitos humanos, para dizer o mínimo, apartheid contra as mulheres e ainda sob o fantasma do assassinato e esquartejamento do jornalista Jamal Khashoggi, do Washington Post, dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, em 2018, levaram boa parte da imprensa internacional a criticar os profissionais de golfe que aceitaram jogar no Saudi International, do Tour Europeu, na Arábia Saudita, desde sua criação, em 2019. Alguns poucos jogadores deram desculpas esfarrapadas para não participar, Rory McIlroy entre eles, mas com os gordos cachês oferecidos, a maioria dos profissionais não pensou duas vezes.

Pelo segundo ano seguido muitos dos melhores do mundo participarão do Saudi International, no Royal Greens Golf & CC, um campo de par 70 e 7.010 jardas, de quinta a domingo desta semana, 30 de janeiro a 2 de fevereiro. O prêmio de US$ 3,5 milhões, com US$ 583 mil para o campeão, não é dos mais impressionantes do circuito mundial, mas sabe-se que há jogadores recebendo cachês de US$ 300 mil a US$ 2 milhões para jogar lá. Chamados de “Appearance Fees” esses cachês são permitidos em muitos circuitos internacionais de golfe, incluindo o Europeu. No PGA Tour americano, bem como no LPGA Tour, feminino, eles são proibidos, considerados sérias violações, antiéticos e impróprios.

Destaques – Com quatro dos Top 10 do mundo, incluindo o número 1, Brooks Koepka, que volta de séria contusão e joga pela segunda semana seguida no Oriente Médio, o Saudi International terá quase o mesmo peso para o ranking mundial (OWGR) do que o Phoenix Open do PGA Tour, nas mesmas datas. Enquanto o torneio americano dará 54 pontos para o campeão e premiará até o 52º colocado, o do Tour Europeu dá 48 pontos para o vencedor e pontos até a 50º lugar. Haverá 10 ex-campeões de majors em campo. Koepka precisa terminar Top 4 sozinho ou em terceiro, empatado com mais dois no máximo, para não correr o risco de perder o posto de número 1 do mundo para Jon Rahm, caso o espanhol vença nos EUA.

Dustin Johnson, número 5 do mundo, que defende o título, Patrick Reed, o 12º do ranking, e Phil Mickelson, que para jogar lá abriu mão de competir em Phoenix pela primeira vez desde 1990, serão os outros americanos de destaque em campo. Ele se juntam a campeões de majors como Shane Lowry, Henrik Stenson e Sergio Garcia, que foi desclassificado no ano passado por ter ficado irritadinho e danificado vários greens. Sua assessoria agiu rápido para apagar o incêndio com pedidos de desculpas quase imediatos e isso evitou que o espanhol levasse um gancho histórico.

Latinos – Dois dos principais latino-americanos do PGA Tour, o mexicano Abraham Ancer e o venezuelano Jhonattan Vegas também foram para a Arábia Saudita para o terceiro de seis eventos do Tour Europeu que serão jogados no Oriente Médio este ano (o circuito vem de Abu Dhabi e Dubai).

O paraguaio Fabrizio Zanotti, que é membro do Tour Europeu, também participa. Entre os que jogarão com convites está o americano Akshay Bhatia, que virou profissional após a Walker Cup, acaba de fazer 18 anos e já jogou seis torneios do PGA Tour, sem passar nenhum corte ainda.

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