Especial – Lucas perde cartão do PGA Tour e não tem vaga garantida nem no Web Tour de 2017

25/08/2016

Entenda a situação do brasileiro que chegou ao auge da carreira e agora tem que recomeçar

 

Lucas Lee: uma rodada ruim na último torneio o fez perder tudo o que havia conquistado no golfe

por Ricardo Fonseca

Mesmo passando o corte em seu 16º e último torneio de sua temporada de estreia no PGA Tour, o profissional paulista Lucas Lee não conseguiu terminar o ano entre os 200 primeiros no ranking de pontos da Fedex Cup, que lhe permitiram uma sobrevida no circuito. O brasileiro agora terá que voltar à Q-School para garantir o cartão do Web.com Tour de 2017 e lá, iniciar nova corrida para voltar ao PGA Tour, na temporada seguinte.

Os classificados até a 125ª colocação da Fedex Cup na temporada regular, encerrada no último domingo, mantiveram seus cartões para a temporada seguinte e classificaram-se para os Playoffs do PGA Tour, que começa esta semana, com o The Barclays. Já os classificados da 126ª à 200º colocação da Fedex, ganharam o direito de disputar os quatro torneios do The Finals, onde estarão em jogo, a partir da próxima semana, 25 vagas para o PGA Tour, além de cartões plenos ou condicionais para o Web.com Tour. Lucas terminou em 203º na Fedex, o que na prática significa perder tudo o que tinha.

Dificuldade – Perder o cartão do PGA Tour no ano de estreia não é privilégio de Lucas, pois acontece com a grande maioria: quase 95% dos estreantes no PGA Tour, vindos do Web.com Tour, não conseguem manter seus cartões para a temporada seguinte. Isso acontecia antes do advento da Fedex Cup, quando a Q-School dava vagas diretas para o PGA Tour, e continua agora, quando só se chega ao PGA Tour através do Web.com Tour.

O motivo desta dificuldade é muito claro: Dos 50 jogadores que ganham ou reconquistam seus cartões direto pelo Web.com Tour (25 primeiros do ranking) ou através dos The Finals (os 25 primeiros que ainda não tinham o cartão), apenas dois (os primeiras de cada série dessas) recebem cartões integrais, com direito a jogar todos os torneios. Os outros 48 entram com status condicional, precisando passar pelas reclassificações periódicas com base no que vão ganhando (reshuffles) e tem, na prática, direito a jogar poucos torneios, um terço do que os demais podem jogar.

Pressão – No caso dos estreantes, o agravante é que eles não conhecem ainda nenhum campo aonde irão jogar e quando conseguem entrar em campo já o fazem sobre grande pressão, sabendo que precisam passar o corte e ganhar o máximo de dinheiro possível para melhorar a prioridade de inscrição no reshuffle seguinte e poder jogar mais alguns torneios. Quando o PGA Tour decidiu acabar com o acesso direto via Q-School, há três anos, alegou exatamente isso, que quem chegava ao circuito não conseguia manter o cartão. Agora, mesmo sendo obrigados a jogar ao menos um ano no Web.com Tour antes de passar ao circuito principal, pouca coisa mudou para os estreantes.

Lucas conseguiu jogar apenas 16 torneios da temporada regular, que teve 35 torneios, fora os quatro majors, os quatro torneios da série mundial (World Golf Championships) e eventos especiais, como o Torneio dos Campeões no Havaí. Desses, o brasileiro, passou o corte em seis, incluindo três dos quatro últimos, e teve como melhores colocações duas classificações entre os 40 primeiros (36º e 38º). Pouco, como se viu, para permanecer no circuito ou mesmo para voltar direto para o Web.com Tour.

Tropeço – Lucas chegou perto de mudar essa história na semana passada, no Wyndham Championship, na Carolina do Norte, quando jogou três voltas seguidas abaixo de 70 (68-66-68) e chegou à volta final em 25º lugar. Mas a pressão da volta final foi demais. Depois de fazer 18 birdies nos três primeiros dias, seis em média, Lucas não fez um birdie sequer na volta final e os seus quatro bogeys, três deles seguidos nos cinco buracos finais, o derrubaram para o 63º lugar. Com isso ganhou apenas uma posição, passando de 204º para 203º e viu seu mundo ruir pela segunda vez no ano.

A primeira grande decepção de Lucas na temporada foi não ter conseguido se classificar para os Jogos do Rio 2016. A ironia é que se ele tivesse continuado no Web.com Tour, onde foi duas vezes vice-campeão em 2015, a caminho de ganhar o cartão para o PGA Tour, o brasileiro certamente teria acumulado pontos suficientes para jogar ao lado de Adilson da Silva no golfe olímpico. No PGA Tour, não conseguiu uma coisa nem outra.

Futuro – Nem tudo foi perdido para Lucas, no entanto. Embora até agora não saiba que rumo tomar, se joga apenas na Q-School ou se tenta o Tour Europeu ou outros que têm classificação direta, Lucas provou que tem jogo para chegar ao PGA Tour, onde muitos sonham jogar, mas poucos, muito poucos conseguem. Ele, por exemplo, foi apenas o terceiro brasileiro da história a chegar lá, seguindo os passos de Jaime Gonzalez e de Alexandre Rocha. Jaime ficou três nos no PGA Tour; Rocha dois. Quando Lucas voltar – e vai voltar – a história será outra.

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