Gary Woodland derrota o bicampeão Brooks Koepka e vence o US Open em Pebble Beach

17/06/2019

Conquista no Dia dos Pais tem significado especial para o pouco conhecido jogador de 35 anos

Gary Woodland com um dos troféus mais cobiçados do mundo. Reprodução TV

por | Ricardo Fonseca

Gary Woodland chegou ao green do 18, neste 16 de junho, Dia dos Pais nos EUA, podendo dar três putts para vencer. Precisou de apena um, de nove metros, para embocar, levantar os braços, socar o ar e comemorar o título do US Open, em Pebble Beach, seu primeiro major e primeiro grande feito de uma carreira rentável, mas pouco conhecida. Pelo menos até este domingo, quando sua vida mudou, aos 35 anos.

Seu pai e mãe acompanhavam a final ao lado do green, mas o que veio à cabeça de Woodland foi o filho que não estava lá. Gabby, sua mulher, esperava gêmeos há dois anos, quando um morreu e o outro nasceu dez meses prematuro. Jaxson faz dois anos na próxima semana e, em agosto, ganha duas irmãs, gêmeas idênticas. E agora com mais US$ 2,25 milhões na conta do papai, prêmio do US Open deste ano. Fora os milhões que se seguirão em publicidade, agora que ele mudou de patamar e tem presença garantida nos maiores torneios do mundo por pelo menos cinco anos.

Surpresa – Até esta semana, Woodland podia passar despercebido pelas ruas. Em seus 24 primeiros majors, do US Open de 2009 ao British Open de 2018, Woodland só teve dois Top 20 e não passou o corte em oito. Nos últimos quatro, teve dois Top 10 e uma vitória. Antes disso, apenas três títulos do PGA Tour espalhados pelos últimos oito anos de carreira (2011, 2013 e 2018). E nas sete vezes em que chegou líder na volta final, como neste domingo, ele nunca havia vencido. Todos apostavam que não poderia suportar e pressão. Não foi o que aconteceu.

Além dos drives potentes que lhe deram a fama de maior batedor do circuito e do jogo longo e curto precisos, Woodland teve cabeça para atacar quando precisava e frieza para não deixar a emoção tomar conta, a não ser quando caminhava para o green do 18, putter na mão, quando os olhos marearam. Ele não podia mais perder para o bicampeão Brooks Koepka, número 1 do mundo que tentava ser o primeiro em mais de 110 anos e segundo da história a ser tricampeão do US Open e que jogou muito, mas não o suficiente.

Recordes – Woodland venceu por três de vantagem, com 271 (68-65-69-69) tacadas, 13 abaixo do par. Koepka foi vice com 274 (69-69-68-68), 10 abaixo. Foram o quarto e quinto jogadores da história do US Open a jogar todas as quatro rodadas abaixo de 70. Koepka foi além. Depois de vencer o US Open de 2018 com 68 no último dia, tornou-se o único até hoje a jogar cinco voltas seguidas do torneio abaixo de 70. Nada mal para quem chegou em Pebble Beach com quatro vitórias em oito majors e agora tem dois títulos e dois vice-campeonatos nos últimos quatro torneios do Grand Slam.

Woodland terminou a semana sem dar um três putts sequer e fez apenas quarto bogeys em 72 buracos. Ele o domingo começou vencendo por uma, mas o inglês Justin Rose, seu parceiro de pelotão, empatou o jogo com birdie no 1, Woodland retomou a liderança com birdies no 2 e no 3 e não deixou mais ninguém empatar com ele até o final. Nem Koepka, que saiu quatro atrás e começou com quatro birdies nos primeiros seis buracos.

Decisão – O momento decisivo para Woodland foi no 14, um par 5 em subida, quando bateu uma madeira 3 das 249 jardas para o green, escapando da banca cavernosa que defende a entrada por apenas uma jarda. Fez birdie e voltou a abrir duas de vantagem. O último monstro que o aguardava pelo caminho era o 17, de par 3, com green em forma de oito, o buraco mais difícil da semana. Woodland acertou o green, mas do lado errado, a quase 30 metros de distância e com uma das barrigas do “8” na frente, de onde não havia putt possível.

De lá, Woodland bateu um wedge de 64º para salvar o par e permanecer duas à frente de Koepka, que, no grupo à frente, passou o green com a segunda, deu um chip horrível do rough e não fez o birdie no 18. Um ferro à direita, longe da água, um layup seguro e um approach para o meio do green e Woodland estava pronto para fazer história no campo mais icônico do US Open. De quebra, saltou do 25º para o 12º lugar do ranking mundial de golfe (OWGR).

Justin Rose embocou muito, para fazer birdies e salvar o par, mas não acertou nada com os ferros da metade da volta final em diante. Jogou o par de ida, com seus dois únicos birdies do dia, e fez três bogeys no final para ainda ter sorte de empatar em terceiro, com 277 (65-70-68-74) tacadas, ao lado de Xander Schauffele (66-73-71-67), Jon Rahm (69-70-70-68) e Chez Reavie (68-70-68-71). Tiger Woods, que nunca esteve na disputa, fez seis birdies nos 12 buracos finais para empatar em 21º, com 282 (70-72-71-69) tacadas, duas abaixo.

Amador – O mundo do golfe se rendeu a outro talento nesta semana, o norueguês Viktor Hovland, que bateu o recorde de Jack Nicklaus para fazer o menor resultado de um amador na história do US Open, ao terminar em 14º lugar, com 280 (69-73-71-67) tacadas, quatro abaixo. O recorde de Nicklaus era de 282 tacadas em Cherry Hills, em 1960.

Hovland já havia sido o melhor amador do Masters e agora, após repetir o feito no US Open, algo que só Phil Mickelson (1991) e Matt Kuchar (1998) haviam conseguido antes, vai virar profissional, aos 21 anos, jogando nas próximas quatro semanas no Travelers Championship, Rocket Mortgage Classic, 3M Open e John Deere Classic.

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