Golfe 2016 – Zica vírus ameaça e preocupa golfistas que virão aos Jogos do Rio

02/02/2016

IGF alerta sobre risco e recomenda repelentes. Mulheres, quase todas em idade fértil, avaliam situação

 

Aedes aegypti, o inimigo público número 1 também dos golfistas: saiba como combater e se prevenir das picadas

por: Ricardo Fonseca

A volta do golfe aos Jogos Olímpicos, no Rio 2016, ganhou um novo e inesperado desafio: a disseminação do Zika vírus e sua provável ligação com casos de microcefalia, que acabam de ser declarados “emergência de saúde pública internacional” nesta segunda-feira, 1º de fevereiro, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão demonstrou preocupação com a “propagação explosiva” do vírus e estimou que o número de casos nas Américas pode chegar a 4 milhões este ano. O Brasil é o país mais atingido pelo vírus, seguido pela Colômbia. Especialistas em doenças infecciosas acreditam que 1,5 milhão de pessoas já podem esta infectadas no Brasil, a maioria assintomática.

Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a Dengue e o Chikungunya, o Zica vírus é uma ameaça real para os golfistas que vivem perto do principal criadouro do Aedes aegypti, água limpa parada, seja em lagos, seja em poças de água criadas pela chuva ou pela irrigação. Além disso, o mosquito que voa a menos de dois metros de altura, tem preferência por pernas, tornozelos e braços e ataca mais na hora que os golfistas estão em campo: nas primeiras horas após amanhecer e no final de tarde.

Prevenção – O campo olímpico de golfe, na Barra da Tijuca, tem dois grandes lagos: um maior que entre em jogo nos buracos 2, 3 e 5, e um menor que só está em jogo no buraco 10. Apesar de esses lagos serem áreas de mais fácil controle do mosquito, o campo todo é cercado de mangue, onde a proliferação do Aedes aegypti é difícil de ser impedida, sobretudo que por serem áreas de preservação ambiental , o uso de inseticida e similares proibido por lei.

Ty Votaw, presidente da Federação Internacional de Golfe (IGF), disse que a entidade já iniciou um trabalho de educação dos jogadores sobre os riscos do Zica e que está trabalhando junto à Organização Mundial de Saúde. “Nós estamos discutindo medidas de prevenção que sentimos precisam ser tomadas para a competição de golfe e como levar adiante os planos para implementá-las”, disse Votaw ao site Golf.com. De acordo com Votaw, esses passos incluem a distribuição de repelente de mosquito especial e “criar um movimento” em torno do percurso e do campo para eliminar a água parada.

Jogadoras – A preocupação com o Zica vírus é muito maior entre as golfistas olímpicas, quase todas jovens, em idade fértil, e com planos de engravidar nos próximos anos. A coreana naturalizada neozelandesa Lydia Ko, a número 1 do mundo, de 18 anos, disse ontem, em Singapura, que está monitorando a situação dia a dia. “Obviamente, eu estou apenas esperando, como todo mundo, que lá seja seguro, mas há algumas coisas que não podemos controlar e que estão fora de nossas mãos”, diz a jogadora que listou os Jogos do Rio 2016 entre suas prioridades para 2016.

“Em primeiro lugar, nós estamos mais preocupadas com as pessoas de lá, as pessoas que estão sendo afetadas por essa doença e não com o que vai acontecer nos Jogos Olímpicos”, diz Ko. “Nós ainda temos seis meses até as Olimpíadas, é algo que nós temos que olhar e monitorar, mas por agora, eu acho que é tudo o que podemos fazer”. A competição masculina de golfe dos Jogos Olímpicos vai ser disputada de 11 a 14 de agosto e a feminina de 17 a 20 de agosto.

Combate – A melhor e mais eficiente maneira de combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti e as principais doenças por eles transmitidas – Dengue, Chikungunya e Zika, essa com especial ameaça da má-formação de fetos (microcefalia) – é acabar com sua reprodução, que acontece em quaisquer quantidades de água parada, local de postura de ovos pelas fêmeas. Para evitar as picadas e a contaminação, há medidas que todos devemos tomar:

 

Calças compridas

Usar calça comprida para jogar pode ajudar a prevenir ser picado pelo Aedes aegypti porque o mosquito ataca preferencialmente nas pernas e nos pés. Normalmente ele ataca mais ao amanhecer e ao entardecer, mas corre-se risco à toda hora, sobretudo na sombra, pois eles não gostam da claridade, mas são atraídos pelo calor. Na verdade, quem pica são as fêmeas, que necessitam de sangue humano para produzir os ovos que serão postos em água.

Repelentes

Nem todos os repelentes existentes no mercado são eficientes contra o Aedes aegypti e mesmo os que funcionam, têm tempos diferentes de ação. A Anvisa aprova três princípios ativos de repelentes, o que os diferencia é a substância ativa e o tempo de ação. Veja no rótulo do repelente qual a substância ativa para se nortear:

IR3535 – 2 a 4 horas

O uso tópico de repelentes IR3535, à base de Ethyl butylacetylaminopropionate (EBAAP) é tido como seguro para gestantes, sendo indicado, inclusive, para crianças de seis meses a dois anos, mediante orientação de um pediatra. A duração da ação dos repelentes que usam esse princípio ativo, como a Loção Antimosquito Johnson’s entretanto, é curta e precisa ser reaplicado a cada duas horas para maior segurança.

DEET – 6 a 8 horas (com concentração de 20%)

Apesar do uso tópico desses repelentes à base de dietiltoluamida ser considerado seguro em gestantes, o produto não deve ser utilizado em crianças menores de 2 anos. Já para crianças entre 2 e 12 anos, a concentração do princípio ativo deve ser de no máximo 10% e a aplicação deve ser feita, no máximo, três vezes por dia. O tempo de ação dos repelentes a base de DEET recomendado para adultos (concentração de 20% do ativo), como os produtos OFF, Autan, Repelex, é de cerca de 6 horas. Já a versão infantil dura apenas duas horas.

ICARIDINA – 10 horas

Por oferecer o período de ação mais prolongado, os repelentes a base de dietiltoluamida, como o produto Exposis, estão sendo os mais procurados por adultos e gestantes e estão em falta em muitas farmácias. Com duração de proteção de até 10 horas, também pode ser usado por crianças a partir de 2 anos.

 

Conheça os hábitos do mosquito Aedes aegypti

  • Aparece mais no período da manhã e do meio para o fim da tarde.
  • Prefere ambientes quentes
  • Tem hábitos rasteiros, não ultrapassa 1,5 m de altura.
  • Gosta de ficar escondido em cortinas, embaixo do sofá, armários e camas.
  • Quando pica a nossa pele, normalmente não dói como a picada do pernilongo Culex, por exemplo. Isso porque o Aedes tem uma espécie de anestésico na saliva, que faz a gente não sentir a picada. Sentimos mais o mosquito pousar do que a picada.
  • Aquele mosquito que voa alto, que pica a gente à noite, que fica zunindo no ouvido, normalmente não é o Aedes.
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