Golfe se despede de Yolanda Figueiredo, a mulher que mudou a história do golfe feminino no Brasil

15/11/2017

Ela foi medalha de bronze no mundial, ganhou 12 títulos da Los Andes, dois brasileiros e três paulistas, criou o Interclubes Femininoe fundou a Casa Cor

 

Yolanda Figueiredo, conhecida no golfe e no mundo das artes como Pee-Wee, apelido de infância, morreu aos 92 anos, em São Paulo, teve seu velório na terça-feira, 14 de novembro, e foi cremada nesta quarta-feira, 15, pela manhã, no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra. Seu legado para o esporte – assim como nas artes – jamais será esquecido.

No alto, Yolanda, ao lado de Cristina Ferraz e de Angelo Derenze recebe homenagem da Casa Cor; no centro, a capa do liro com sua biografia, e acima, jogando golfe na década de 60

Yolanda foi 12 vezes campeã sul-americana – duas como jogadoras e dez como capitã – duas vezes campeã brasileira (1955 e 1965) e três vezes campeã paulista (1956-1958 e 1967), além de ter fundado a Casa Cor, aos 60 anos. E, em 1976, no Algarve, em Portugal, Yolanda comandou a equipe que conquistou a maior glória do golfe brasileiro feminino de todos os tempos, a medalha de bronze do Troféu Espírito Santo, a competição feminina do Campeonato Mundial de Golfe amador, cuja versão masculina é o Troféu Eisenhower (veja foto e resultados no final da reportagem). Maria Alice Gonzalez, Beth Nickhorn e Laura dos Santos foram as jogadoras do time.

História – A história de Pee-Wee, que abriu as portas do golfe para as mulheres brasileiras, está contada em detalhes no livro “Yolanda Figueiredo, uma vida de fé, ética e muito bom humor”, da Egom Editora, escrito pela jornalista Marcela Matos e lançado em 2016. Nele, além de conhecer sua façanhas no golfe, onde comandou por 40 anos as seleções brasileiras, fica-se sabendo que ela teve um avô abolicionista, passou a infância em Higienópolis e entrou no mundo das artes plásticas com o filho marchand Paulo Figueiredo, que morreu de câncer, em 2006.

O livro também conta as atividades profissionais em que Yolanda mergulhou após a morte precoce do marido, trabalhando como corretora imobiliária e exportadora de bananas na Argentina, até chegar à implantação da Omint no Brasil e, logo depois, fundar a Casa Cor, o maior evento de decoração das Américas.

Interclubes – Beth Bunny, do São Fernando, que assim como as mulheres pioneiras do golfe brasileiro, Yolanda Figueiredo e Dora Nardy (mãe da Camila e avó do Alexandre Rocha), tornou-se uma das grandes divulgadoras do golfe feminino no Brasil, conta que o Campeonato Interclubes Feminino de São Paulo, criado em 1975, existe por causa de Pee-Wee, sendo um descendente direto da Taça Cássio Muniz.

Beth soube através de Yolanda que os primeiros jogos nesta modalidade de Match Play, entre equipes femininas dos clubes paulistas, começaram no fim dos anos 50 e início dos anos 60. Mas só depois, na capitania da Valerie Peel, em 1973, o São Fernando fez os primeiros convites às capitãs de outros clubes de São Paulo, para formalizar este torneio que começou, efetivamente, em 1975.

Amizade – “Estas cartas estão guardadas em nosso arquivo no São Fernando”, conta Beth. “Nesses primórdios do golfe paulista, quando ainda não existiam os abertos femininos, nem rankings, esta competição servia para dar oportunidade às boas jogadoras de cada clube se defrontar em campo e aumentar os laços de amizade e convivência social e esportiva”, diz.

Segundo Beth, é essa marca de saudável e amistoso espírito esportivo que pauta até hoje, o relacionamento do golfe feminino de São Paulo. “Muitas águas rolaram, muitos clubes surgiram, mas o espírito ficou dando frutos e mantendo a chama acesa”. Ela conta que Yolanda foi ainda decisiva na criação do Campeonato Internacional de Duplas Femininas, que teve grande importância, mas hoje não é mais jogado.

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