Los Andes: Brasil termina em último lugar no masculino e é rebaixado. Argentina é a campeã

26/11/2016

Paraguai supera Peru nos critérios de desempate para vencer no feminino. Brasil fica em sétimo

 

Perder lutando não é vergonha, mas uma oportunidade de aprender com os erros, desde que algo seja feito para mudar

por Ricardo Fonseca

Atenção: esta versão corrige a anterior no desempate pelo título feminino, divulgado como o Peru tendo vencido, nos resultados oficiais, mas o troféu e a reportagem confirmam o Paraguai em primeiro.

O golfe brasileiro vai demorar a assimilar o desastre de Lima, onde equipes formadas por quase todos os melhores jogadores do país voltarão para casa com o pior resultado de todos os tempos na Copa Los Andes, o Campeonato Sul-Americano de Golfe por Equipes: último lugar no masculino, e um humilhante rebaixamento, que deixará o Brasil foram do torneio do próximo ano, e um sétimo e antepenúltimo lugar no feminino, onde o time só não foi pior do que o Equador, que não venceu nada e foi rebaixado, e do que a Bolívia, que só venceu o Equador. Peru e Paraguai empataram em primeiro, mas o Paraguai ficou com o título por ter vencido mais buracos (pontos pequenos) durante a semana.


Alos-andes-classifica-finalo lado, a classificação final da Copa Los Andes 2016. Abaixo, no final, o desempenho de cada golfista do Brasil

Talentos como Herik Machado, Pedro Nagayama, Daniel Kenji Ishii e Gustavo Chuang, com o reforço duvidoso do veterano Ivo Leão, e o comando experiente de Octávio Villar, o Fanta, foram presas fáceis para alguns países com um golfe inexpressivo em termos internacionais e continentais, mas com um apoio que os atletas brasileiros só conseguem hoje quando decidem ir morar e competir fora do país. Não lhes faltou garra e vontade, todos sabemos, mas esse valentes jovens foram vítimas do que muitos já suspeitavam a alertavam: todos os países aproveitaram a volta do golfe aos Jogos Olímpicos, anunciada sete anos antes, para se desenvolver muito mais do que o Brasil, para quem o legado olímpico transformou-se em pesadelo.

Feminino – No feminino, não houve uma grande surpresa, embora a experiência e o talento de Luiza Altmann e Lauren Grinberg, somado ao de Victória Branco Teixeira, permitia sonhar com a parte de cima da tabela, mesmo com a equipe completada por duas jovens ainda sem experiência internacional, Sophia Campos e Ana Beatriz Cordeiro. Mais uma vez o time feminino jogou sem um capitão à altura do desafio, desta vez com o cargo indo para Sandro Gonçalves, talentoso menino, mas absolutamente contraindicado para a tarefa.

O time masculino do Brasil, que apanhou feito nos dois primeiros dias, reagiu no terceiro, vencendo sua única partida e arrancando um empate que quase complica a vida da campeã Argentina. Mas o esforço parece ter sido demais, com o peso do que restava ao time na rodada final: como a Bolívia, que vinha em último, não podia ser rebaixada, por ser sede do torneio do próximo ano, o Brasil precisava vencer seus dois jogos finais para não cair, um desafio que pesou demais: perdeu os dois.

Surpresas – Surpresas acontecem, ainda mais no match play que sabemos ser outro jogo, muito diferente do que estamos acostumados a ver. A poderosa Argentina, para ser campeã, cedeu empates para o Brasil e para a Colômbia e sofreu sua única derrota para o fraco time do Equador, que terminou em sétimo. Mas, para eles, as surpresas foram a exceção, e não a regra, o a Argentina venceu todos os demais países, incluindo o Chile, que empatou em segundo com a Colômbia, completando o pódio.

A Argentina somou 12 pontos em 16 possíveis, contra 11 de Chile, líder da véspera, que foi derrotado pela Argentina na volta final, e Colômbia. A Venezuela ficou em quarto, com 9 pontos, seguida por Uruguai e Peru, com 8 pontos. O Equador terminou em sétimo, com seis pontos, e a Bolívia, que nada tinha vencido até este sábado, ganhou do Brasil e Equador, para ficar em oitavo, com quatro pontos. O Brasil terminou em nono, com três pontos.

Desempate – No feminino, Peru e Paraguai somaram 14 pontos, mas o Paraguai levou o título por ter ganho mais buracos na semana, já que houve empate entre eles. A Argentina ganhou os dois jogos finais para ainda ser medalha de bronze, com 12 pontos. O Chile ficou em quarto, com 10 pontos, seguido por Colômbia, com nove, e Venezuela, com sete. O Brasil só ganhou quatro pontos, contra dois da Bolívia e nenhum do Equador.

No masculino, em 48 jogos, o Brasil ganhou 10 e empatou 3. Nos dois primeiros dias – 24 jogos -, o Brasil só tinha vencido um. No feminino, o Brasil venceu 12 jogos e empatou três, dos 48 disputados. Derrotas acontecem a fazem parte da vida de qualquer atleta. O segredo para os jogadores e para o país, é aprender com elas e voltar preparado como deve ser, em 2018.

Maturação – No feminino, que joga em 2017, pode demorar um pouco mais enquanto os novos valores ainda ganham maturação, reflexo do abandono em que a categoria mergulhou. No masculino, há uma safra de novos talentos, pequena, que já está pronta e deveria ter sido testada já este ano, mas preferiu-se apostar no passado, e não no futuro. O preço foi pago.

Uma coisa é certa: no golfe latino-americano, todos os nossos adversários evoluíram muito, até países onde o golfe é quase criminalizado, como a Venezuela, ou mal entendido pela população em geral, como na Bolívia. Prova disso é que não houve time invicto no masculino e apenas dois no feminino, aonde alguns vão apenas para cumprir tabela.

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