28/05/2020
A princípio sem público, os eventos se preparam para o "novo normal" no mundo da Covid-19
Colonial CC: pronto para o recomeço do PGA Tour, sem público, mas com muita emoção
por | Ricardo Fonseca
Para que o PGA Tour pudesse programar o retorno de suas competições para a semana de 8 a 14 de junho, com a disputa do Charles Schwab Challenge, no Colonial Country Club, em Fort Worth, no Texas, após três meses de paralização, foi necessário até a intervenção da Casa Branca, com o secretário interino de Segurança Interna, Chad F. Wolf, assinando decreto que permite que certos atletas profissionais, incluindo os do golfe profissional, entrem nos EUA juntamente com membros essenciais de sua equipe de apoio e dependentes. Isso não os exclui de terem que estar nos EUA nos 14 dias anteriores ao torneio.
Esporte necessário – “Eventos esportivos profissionais oferecem benefícios econômicos muito necessários, mas igualmente importantes, eles proporcionam orgulho da comunidade e unidade nacional”, disse o secretário interino Wolf. “No ambiente de hoje, os americanos precisam de seus esportes… e é hora de colocar nossos atletas profissionais de volta ao trabalho”, justificou.
A medida beneficia atletas profissionais do PGA Tour e LPGA Tour, incluindo suas divisões de acesso, além dos circuitos de basquete (NBA), beisebol (MLB), hóquei (NHL) e tênis (ATP e WTA). Todos esses circuitos obtiveram autorização para retornar desde que jogados sem público ou com limites de espectadores e medidas de segurança para todos. A medida cita diretamente a liberação de entrada para atletas da China (incluindo Hong Kong e Macau), Irã, Reino Unidos e Irlanda. O brasileiro Rodrigo Lee, que joga no Korn Ferry Tour, circuito de acesso ao PGA Tour, já está nos EUA há mais de uma semana.
Logística de Guerra – Apesar do cancelamento de oito competições que já deveriam ter sido realizadas e de mais duas previstas, incluindo um major, o The Open, o novo calendário do PGA Tour ficou apertado, com a realização de 11 torneios em semanas consecutivas, a partir do Colonial, indo até o Tour Championship, encerramento da temporada 2019/2020, de 4 a 7 de setembro. Depois serão mais 15 torneios seguidos este ano, abrindo a temporada 2020/2021.
Nesta quarta-feira, Michael Tothe, diretor de torneio do Charles Schwab Challenge, mandou memorando aos jogadores recomendando que eles fiquem dentro da “bolha” de proteção do torneio, que inclui, além do campo, os quatro hotéis da área, que ficaram exclusivamente para hospedar os jogadores e seus caddies. Quem preferir outro meio de hospedagem está liberado, mas eles ficam responsáveis pelas próprias medidas de segurança.
Teste e mais testes – Para poder participar, jogadores e caddies serão obrigados a fazer um teste para Covid-19 três dias antes de chegar ao Colonial, com a coleta de material obrigatoriamente acompanhada por um médico via vídeo. Ao chegar ao Colonial todos terão suas temperaturas medidas diariamente e, em caso de febre, terão que ser testados novamente. No sábado, todos os jogadores que foram para o torneio seguinte terão que passar por novo teste antes de poder embarcar nos voos charter que o PGA Tour oferecerá para levar os jogadores de evento em evento.
O PGA Tour calcula que 25 de seus jogadores estão ainda fora dos EUA e, entre eles, alguns já decidiram não competir nos primeiros torneios, com o australiano Adam Scott, e os ingleses Lee Westwood e Tommy Fleetwood. Westwood, que mora na Grã-Bretanha, já avisou que não jogará nesse reinício de temporada pois teria que perder seis semana para jogar dois torneios. “Ao voltar dos EUA para casa teria que passar por nova quarentena de duas semanas”, explica.
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