Pares 5 e regularidade foram as armas de Andrey para ser o 2º brasileiro campeão do Orange Bowl

07/01/2020

Gaúcho jogou 10 abaixo nos buracos mais longos do campo para vencer por uma de vantagem

por | Ricardo Fonseca

O gaúcho Andrey Xavier escreveu seu nome no Gary Player Championship Trophy, ao lado de ícones do golfe mundial, como Tiger Woods, ao vencer nesta segunda-feira o Junior Orange Bowl International Golf Championship, disputado de 3 a 6 de janeiro no campo de 7.064 jardas e par 71 do Biltmore Golf Club, em Coral Gables, na Flórida. Único a não jogar acima do par em nenhuma das quatro rodadas, Andrey fez da regularidade e do ataque os três pares 5 do campo, onde jogou 10 abaixo, suas armas para ser apenas o segundo brasileiro em mais de meio século de história do torneio a ser campeão num dos mais difíceis testes do mundo para golfistas com até 18 anos.

Andrey repete assim o feito de Erik Andersson, head pro do São Paulo GC e técnico das equipes brasileiras, que havia sido o único brasileiro a vencer o Orange Bowl, em 1986, além de ser o primeiro sul-americano a vencer o Orange Bowl desde Joaquin Niemann, em 2014. O gaúcho revelado em Santana do Livramento, onde nasceu Mario Gonzalez, e hoje no Belém Novo GC, de Porto Alegre, foi campeão com 280 (70-70-69-71) tacadas, quatro abaixo do par e apenas uma de vantagem sobre o espanhol Jose Luis Ballester, que deu um susto no brasileiro ao fazer a melhor volta da rodada final para ser vice-campeão, com 181 (74-70-71-66) tacadas. O colombiano Juan Vesga Solano, terceiro com 283 (73-69-71-70) foi o último a terminar abaixo do par do campo.

Liderança – Andrey abriu o torneio, na sexta-feira, com um eagle no buraco 1 de par 5 para terminar o dia em primeiro, com 70 tacadas (-1), empatado com Justin Hastings, da Ilhas Cayman. O brasileiro só perdeu a liderança no segundo dia para o argentino Abel Caputo, que fez a melhor volta da semana para liderar com 139 (73-66), três abaixo. Andrey e Hastings vinham em segundo, com duas voltas de 70 tacadas cada.

Andrey recuperou a liderança no terceiro dia, ao jogar duas abaixo, sua melhor volta da semana, com 209 tacadas, agora uma à frente de Caputo e com duas à frente de Hastings. Nesses três dias ventou forte, submetendo os jogadores e um teste dos mais severos. Segunda-feira, na volta final, com menos vento, Andrey fez seu pior resultado da semana ao jogar o par do campo com um birdie-4 no 18 que lhe garantiu o título no momento de maior pressão de sua carreira.

Pressão – “É uma sensação muito boa ter meu nome nesse troféu ao lado de tantos campeões do golfe mundial”, disse Andrey, que agora viaja para o México para disputar na próxima semana o Latin American Amateur Championship (LAAC) o torneio que tem como prêmio uma vaga no Masters, entre outras regalias que podem mudar para sempre a vida de um golfista. “Houve muita pressão do começo ao fim”, conta Andrey, que começou o dia líder por uma e chegou a abrir três de vantagem.

Mas um bogey no buraco 8 da rodada final, seu primeiro do dia fez soar o alarme para Andrey, que fez mais dois bogeys nos quatro buracos seguintes, intercalados por um birdie no 11, e podia ter sido ainda pior depois que seu tiro inicial no 12, de par 3, parou no beira de um canal. “Então, eu apenas tentei manter o foco no meu jogo e não pensar nos outros”, disse Andrey, que reagiu com cinco pares consecutivos.

Alerta – Enquanto isso, à sua frente, Ballester, vice-campeão de 2019, continuava atacando forte em busca do título. O espanhol jogou uma abaixo de ida e fez mais quatro birdies do 11 ao 16 para empatar em primeiro. Ele ainda fez bogey no 17, seguido por birdie no 18 para ser líder na sede. Andrey só soube disso quando a carioca Beatriz Junqueira, que jogou na chave feminina, e sua mãe, correram para alertar o gaúcho quando ele ainda subira a raia do 18.

“Eu não sabia que precisaria de um birdie para vencer, pensava que estava na frente”, conta o brasileiro. “As coisas mudaram muito pois sabia que tinha que fazer alguma coisa, que dois putts não bastavam para vencer. Andrey deixou a segunda tacada nesse par 5 na cara do green e com um wedge colocou a bola a meio metro da bandeira para o birdie do título que o firma mais uma vez como o mais promissor amador do país e chega ao LAAC como um dos favoritos, no auge de sua técnica e confiança.

Feminino – Na chave feminina, vencida pela japonesa Mizuki Hashimoto com 283 (71-67-72-73) tacadas, uma abaixo e único resultado abaixo do par do torneio, a carioca Bia Junqueira terminou empatada em 20º lugar, com 318 (76-82-80-80) tacadas. O Japão não vencia no Orange Bowl feminino desde Akiko Fukushima, cm 1990. No masculino o último título japonês foi o de Yusako Miyazato, em 1998,

A vice-campeã foi a francesa Lucie Malchirand, com 285 (71-72-73-69), uma acima, e a melhor sul-americana a colombiana Maria Bohorquez, terceira colocada com 289 (77-74-69-69), cinco acima.

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