PGA Tour LA cria “sistema de cotas” para latino-americanos em suas seletivas

25/11/2019

Classificação na Argentina será exclusiva para jogadores de 20 países da região

por | Ricardo Fonseca

Devido ao domínio quase absoluto dos golfistas dos EUA, que ficaram com a grande maioria das vagas oferecidas nas quatro seletivas para a temporada de 2019, inclusive a jogada no Brasil, no Campo Olímpico do Rio de Janeiro, o PGA Tour Latinoamérica decidiu mudar o sistema de classificação, transferindo a seletiva do Brasil para os EUA, que passa a ter duas etapas, mantendo a do México e transformando a seletiva da Argentina em uma classificação exclusiva para jogadores latino-americanos, um “sistema de cotas” que só teve precedente na temporada inaugural do circuito, em 2012.

Jogadores nascidos no Brasil e em mais 19 países da região (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela) terão agora a seletiva da Argentina, de 28 a 31 de janeiro, no Cañuelas GC, em Buenos Aires, exclusiva para eles. As outras três seletivas serão abertas a golfistas de qualquer nacionalidade. Duas delas serão jogadas simultaneamente na Flórida, de 7 a 10 de janeiro, no El Campeón, do Mission Inn Resort and Club (Howey-In-The-Hills) e no Weston Hills CC (Fort Lauderdale), ficando a do México para o Estrella del Mar Golf Resort, em Mazatlán, de 14 a 17 de janeiro. Os golfistas só podem jogar em uma dessas quatro seletiva.

Desinteresse – A experiência de fazer uma seletiva do PGA Tour LA no Brasil, no começo de 2019, acabou não tendo os resultados esperados, uma vez que apenas quatro jogadores locais se inscreveram para a disputa e apenas um deles se deu bem: Felipe Navarro, que terminou entre os Top 12 (ficou em sexto) que garantiram cartão até a primeira reclassificação, metade do ano. Os outros 11 cartões foram para sete americanos e mais dois latino-americanos. É verdade que a seletiva da Argentina não foi muito diferente. Os americanos ficaram com oito dos 12 primeiros lugares, ao lado de quatro latino-americanos, mas nenhum da Argentina, que ao menos participou da classificação com 13 jogadores.

As inscrições para todas as quatro seletivas serão abertas dia 26 de novembro e o limite é de 120 jogadores por chave. Será respeitada a ordem de inscrição. Mas não custa barato. O valor da inscrição é de US$ 2 mil e quem passar deve estar preparado para um temporada que pode custar até mais US$ 2 mil por etapa em despesas de inscrição, transportes, hospedagem, alimentação e caddie. Uma temporada cara e bastante difícil onde apenas os cinco primeiros colocados ganham cartões para o Korn Ferry Tour, o circuito de acesso ao PGA Tour.

Crises – As crises políticas na América Latina também ameaçam prejudicar o calendário de 2020. Este ano o PGA Tour LA teve etapas no Chile, que vive violentas manifestações populares diárias, com dezenas de mortes e feridos; no Peru, que recentemente dissolveu o Congresso, que destituiu o presidente e nomeou outro, que renunciou; e no Equador, que durante a competição em Quito teve a capital do país transferida para Guayaquil por causa de levantes populares e agora voltou a ter manifestações contra o governo.

Com isso, a tentativa de calendário do PGA Tour LA para 2020 prevê apenas 14 torneios, o menor número desde a temporada de estreia, em 2012, quando houve apenas 11 eventos, todos no segundo semestre. Entre 2014 e 2018 houve de 18 a 19 torneios por temporada. O esboço de calendário do próximo ano mostra nove torneios no primeiro semestre, de março a maio, e apenas cinco no segundo, de agosto a setembro. O Brasil, que participa desde a primeira temporada do circuito, teve dois torneios pelo segundo ano consecutivo, ambos em setembro. A Argentina, cuja economia está com problemas, e acaba de eleger um presidente de oposição, organizou quatro torneios do ano.

Cartões – O PGA Tour LA falta em pelo menos 35 cartões por seletiva (os empatados em 35º também entram, mas isso é um certo exagero. Apenas o campeão de cada uma das seletivas ganha cartão para toda a temporada. Os classificados do segundo ao 12º lugar, ganham cartões até a primeira reclassificação das prioridades de inscrição com base nos prêmios ganhos até então, que na prática tem sido uma só, após o encerramento do primeiro semestre. Os classificados do 13º lugar ao 35º e empatados ganham apenas cartões condicionais, com direito a participar da reclassificação, desde que joguem via seletivas de segunda-feira ou por convite em alguma etapa e passem o corte.

Para 2020 haverá também uma mudança no ranking de todos os três circuitos satélites do KFT, que incluem ainda os PGA Tour China e Canadá. O ranking deixará de ser feito com base em dinheiro ganho (cada circuito usava uma moeda diferente) e passa para um sistema de pontos. Isso acontece por causas das prioridades de inscrição para o Korn Ferry Tour geradas pelo três torneios para os classificados do segundo ao quinto lugar, sobretudo. Agora quem somar mais pontos entre os segundo colocados, fica na frente dos outros dois, e assim por diante.

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