26/05/2020
Ele viajou para Miami antes de os EUA proibirem a entrada de pessoas que estavam no Brasil
por | Ricardo Fonseca
A partir desta quarta-feira, 27 de maio, qualquer pessoa que não tenha green card e tenha estado no Brasil, novo epicentro mundial da pandemia de Covid-19, nos 15 dias anteriores, estará proibida de entrar nos EUA. A decisão recém anunciada pelo presidente Donald Trump poderia colocar em risco a reestreia do brasileiro Rodrigo Lee no Korn Ferry Tour (KFT), o circuito de acesso ao PGA Tour, mas, por sorte, o profissional paulista se antecipou à medida restritiva e viajou para os EUA uma semana antes e já tem sua vaga garantida.
“Felizmente o PGA Tour havia dito que para jogar nos torneios após a retomada do circuito era preciso estar lá por ao menos 15 dias (tempo em que a Covid-19 se manifestaria em infectados) e eu cheguei aqui em Miami dia 21, quinta passada”, conta Rodrigo. “Se tivesse deixado para embarcar amanhã, não teria conseguido, pois só há um voo e já estava lotado”, diz o brasileiro. “Chegando aqui, o PGA nem fez mais esta exigência, mas a preocupação me salvou de ficar preso do Brasil”, comemora Rodrigo, que com a escassez de voos viajou em um avião lotado e não tirou a máscara de proteção facial nem para comer.
Dificuldades – Depois de não passar o corte nos seis primeiros torneios do ano, o estreante Rodrigo ainda tem um cartão que lhe permitirá jogar por mais duas semanas ao menos, antes de um reshuffle (reclassificação da prioridade de inscrição com base no dinheiro ganho até então). Como já houve várias mudanças no calendário – incluindo a mais importante, de que este ano não haverá acesso para o PGA Tour, acumulando-se a temporada com a próxima – o calendário das reclassificações ainda pode mudar, mas Rodrigo não pretende contar com isso.
Rodrigo calcula estar hoje a 60% de sua forma, uma vez que com o fechamento dos campos de São Paulo ficou sem treinar por um bom tempo, tendo apenas batido bolas alguns dias num driving range. E, ao chegar na Flórida, foi surpreendido pelo tempo ruim – chove sem cessar há mais de uma semana. “Tenho ido bater bolas em campos públicos, pois o Doral, onde um amigo é sócio e me levava, está com várias restrições e tempo limitado a 20 minutos para bater bola”, conta o brasileiro que tem estreia garantida de 11 a 14 de junho no Korn Ferry Challenge, que será jogado no Dye’s Valley Course do TPC Sawgrass, em Ponte Vedra Beach, na Flórida, com US$ 600 mil em prêmios.
Concorrência – Como todos os grandes circuitos ficaram parados desde março, Rodrigo ainda terá, neste seu retorno, a concorrência de alguns jogadores do PGA Tour que não conseguiram vaga no circuito principal. O PGA Tour reestreia na mesma semana (11 a 14), com o Charles Schwab Challenge, no Colonial CC, em Fort Worth, no Texas. Em cada torneio do KFT há vagas reservadas para jogadores do PGA Tour que não tenham vaga garantida no torneio da mesma semana, além de vagas para todos que tenham jogado no circuito principal em todas as últimas cinco temporadas e ainda três vagas para profissionais do PGA Tour com idades de 48 e 49 anos.
Um dos que decidiu jogar no KFT é Vijay Singh, de 57 anos, membro permanente do PGA Tour (por ter mais de 20 vitórias), que jogará no TPC Sawgrass como forma de se preparar para a volta do circuito sênior, o Champions Tour, onde joga atualmente. Desde 2017 Singh, ex número 1 do mundo já venceu quatro vezes entre os veteranos, a últimas delas na Charles Schwab Cup Championship, em novembro de 2018. O Champions Tour só volta às atividades no final de julho.
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