Regras do Golfe: Simpson se irrita por não conhecer as novas regras e pede mudanças

10/08/2019

Já Rory McIlroy (acima) se deu bem e teve punição na banca revertida no final do jogo

Rory (acima) e Simpson (abaixo) conversando com os árbitros após incidentes no Northern Trust. Imagens: reprodução TV

por | Ricardo Fonseca

Webb Simpson já ganhou US$ 35 milhões em prêmios na carreira, US$ 4,5 milhões apenas na atual temporada do PGA Tour. Mas embora o golfe seja sua profissão há 11 anos ele não se deu ao trabalho de ler as 24 Regras de Golfe que entraram em vigor em janeiro deste ano, simplificando, reduzindo e tornando mais modernas o conjunto de normas até então em vigor. E nem de se manter atualizado sobre elas, o que o levou a reclamar muito por ter sido proibido de trocar o driver, que tinha uma rachadura, durante a segunda volta do The Northern Trust, nesta sexta-feira, 9 de agosto, primeiro dos três torneios dos playoffs da FedxCup do PGA Tour.

Por outro lado, Rory McIlroy, no mesmo torneio, foi remover o que achou seu uma pedra na banca (permitido pelas novas Regras), mas quando foi retirá-la viu que era um torrão de areia, que se desmanchou. Chamou o árbitro Dave Donnelly, que conversou com outro árbitro e erroneamente determinou duas tacadas de penalidade, apesar de o local da suposta pedra não estar diretamente atrás ou na frente da bola nem ter melhorado a linha de jogo ou de swing pretendido, casos em que o jogador seria penalizado de acordo com a Regra 12.2a e 12.2b. Rory explicou isso ao árbitro, mas não adiantou. Crédito para o PGA Tour que no final do jogo corrigiu o árbitro e retirou as tacadas de penalidade, graças à reclamação de Rory, que leu e conhece as Regras e terminou a três tacadas do líder.

Simpson Durante o jogo, o driver de Simpson ficou com uma rachadura de uns 3 cm e ele descobriu, perplexo, que não o poderia substituir o taco de acordo com a Regra 4.1b(3) que proíbe a troca de tacos quando o jogador causou o dano, mas permite que ele continue usando o equipamento (ao contrário do que acontecia antes que o jogador podia substituir um taco danificado em seu uso normal, mas não o podia usar mais). Simpson usou a Madeira 3 e até do driver danificado no restante da volta e passou o corte com facilidade, mas longe dos líderes.

A Regra é questionável? Pode ser. Tanto que em abril passado, R&A e USGA publicaram um “esclarecimento” sobre e reposição de tacos danificados pelo próprio jogador (exceto em casos de abuso). Agora isso é permitido quando a vara se parte em pedaços (amassados não valem); a área de impacto está visivelmente deformada (arranhados não valem); a cabeça do taco separa-se da vara ou está “visível ou significativamente deformada”. O mesmo “esclarecimento” deixa claro que “o jogador não pode substituir seu taco só porque a face ou cabeça do taco estão rachadas”. O problema não é as Regras serem questionável ou não, mas Simpson causar um desserviço ao golfe por ser recusar a lê-las e usar a mídia para reclamar.

ATENÇÃO: Esse esclarecimento sobre a Regra 4.1b(3) só vale se estiver incluindo nas Regras Locais da competição, como fazem o PGA Tour ou outros circuitos, pois não consta (ainda) das Regras do Golfe

Mais dúvidas – Mas essa não era a única Regra que Simpson não conhecia. Parece que não leu a Regra 9.3 também (Bola movida por forças naturais). No green do 5 a bola de Simpson se moveu com o vento. Quando isso acontece, a bola continuava em jogo e deve ser batida da nova posição. A exceção é no green, quando a bola já foi marcada, levantada e recolocada. Nesse caso, a bola deve voltar à posição original (onde foi marcada), sendo que o local pode ser estimado. A penalidade de jogar de local errado é a penalidade geral (duas tacadas).

Simpson, claro, chamou o árbitro para ouvir dele o que fazer, enquanto Jon Rahm e Dustin Johnson, que jogavam a seu lado, seguiam adiante. Brooks Koepka, número 1 do mundo e inimigo número 1 do jogo lento, que vinha atrás, foi até o green saber o que estava acontecendo. “Ninguém sabia o que fazer”, defendeu-se Simpson. “Tudo mundo vai dizer que nós temos que conhecer as Regras, mas há centenas delas para conhecer”.

Multa – No Tour Europeu, esse tipo de incidente diminui muito, graças a uma multa em dinheiro. Chamar o árbitro – e atrasar o jogo – por causa de dúvidas banais, era prática comum. Nenhum profissional fazia nada sem chamar o árbitro. Agora, o profissional que chama o árbitro para saber se tem alívio sem penalidade de um ponto de irrigação, ou se a bola dropada pode rolar “x” tacos para fora da área de drop (em tempo, não pode, tem que pingar e parar dentro da área de drop)”, e outras dúvidas idiotas – para um profissional ou jogador de alto rendimento – paga uma boa multa.

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