16/02/2019
E, acredite, ele não é nem de perto o recordista. Há palavrões piores na história do PGA Tour
por Ricardo Fonseca
Quando o profissional de clube Ben DeArmond, que estreava no Lecom Suncoast Classic, do Web.com Tour, quinta-feira desta semana, resolveu brincar de Roy McAvoy – personagem de Kevin Costner no filme “Tin Cup” que entrega o título do US Open ao fazer 12 tacadas no buraco 18, com bolas seguidas na água – o mundo do golfe logo se lembrou que seu 17 num para 4, 13 acima, um tridécuplo bogey tinha superado o “recorde” de Kevin Na, que em 2011, no Texas Open, fez um 16 num par 4, um duodécuplo bogey, e sem bolas na água.
Veja, no final, a lista dos maiores desastres do PGA Tour
DeArmond, que garante nunca ter feito um 17 na vida, “nem quando começou no golfe”, bateu seis bolas seguidas do tee para dentro da água, e isso logo no buraco 2. Jogou 91, birdie-free, e melhorou 13 tacadas no segundo dia para jogar 78, com dois birdies, e terminar o torneio em último lugar. Seu grande feito foi ter salvado a pele do argentino Angel Cabrera, campeão do Masters e do US Open, que escapou da lanterninha apesar de suas voltas de 80 e 79. Tem 143º e penúltimo lugar, com 15 acima, mas dez à frente de DeArmond.
Palavrões – Mas, acredite, nem duodécuplo bogey de Kevin Na, nem o triodécuplo bogey de Ben DeArmond conseguiram chegar perto do desastre recorde do PGA Tour, que pertence a ninguém menos do que Tommy Armour (ao lado), feito conseguido no buraco 17 do Shawnee CC, na disputa do Shawnee Open de 1927. Armour precisou de 23 tacadas para terminar o par 5, ou seja jogou 18 acima e fez um legítimo octodécuplo bogey,
A imprensa da época preferiu chamar de “arqueopterix” (ave tida como a mais antiga da história – e bem maior do que um ‘birdie’, ‘eagle’ ou ‘albatroz’), termo usado para definir resultados de 15 ou mais acima do par em um buraco. Armour, entretanto, não passou pela história por seu “arqueopterix”, até porque isso aconteceu uma semana depois de ele ter vencido o US Open, no Oakmont Country Club. Armour ainda venceria mais dois majors, o PGA Championship de 1930, e o British Open de 1931.
Mais desastres – Outros três jogadores do PGA Tour fizeram um 19 em suas carreiras. O primeiro foi Ray Ainsley, um profissional de clube que não sabia que podia dropar a bola que foi parar num riacho e ficou tentado até sair da água, no buraco 16, de par 4 (15 acima), no US Open de 1938, no Cherry Hills Country Club, em Denver. “Só jogo a bola como ela está”, contou ao árbitro, que, incrédulo, foi lhe perguntar por que não havia dropado a bola.
Hans Merrell fez seu 19 no buraco 16, de par 3 (16 acima), do Cypress Point, durante o Bing Crosby National Pro-Am de 1959. Ah! E com a bola seca! O último 19 foi Dale Douglass, na rodada final do mesmo torneio, agora no Pebble Beach Golf Links, em 1963, no buraco 10, de par 4 (15 acima), antes de fechar o dia com oito pares seguidos.
John Daly – Bem, e tem John Daly, mas ele é “hors concours”. Dos 26 resultados de 13 acima ou pior da história do PGA Tour, três pertencem ao campeão do PGA Championship e do British Open. Mas o seu “melhor” foi seu 18 no buraco 16, de par 5 (13 acima) do Bay Hill Invitational de 1998, no melhor estilo “Tin Cup”, com cinco tacadas seguidas na água.
Daly fez ainda um 14 no buraco 18 de Pebble Beach no US Open de 2000. E, acredite, muita gente mais conseguiu anotar dois dígitos em apenas um buraco de um major. Herman Tissie fez um 15 no buraco 8 do Royal Troon no British Open de 1950; Billy Casper marcou 14 no buraco 16 de Augusta, no Masters de 2005. D. Murdoch também fez 14 no buraco 1 de Prestwick, no British Open de 1925; e Tommy Nakajima marcou 13 no buraco 13 do Masters de 1978.
Advertência – Se você achou engraçado o uso dos números multiplicativos, como undécuplo, duodécuplo, tridécuplo e assim por diante e está tentado a “zoar” seu parceiro num jogo próximo, eu não recomendo. Uma vez fiz isso ao contar a um amigo que a jogada que ele tinha feito no dia anterior, num campeonato, era um duodécuplo bogey e ele saiu do sério. Imagine se falo na hora…
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