19/07/2010
Oosthuizen: vitória inquestionável em St. Andrews para passar de zebra a herói do golfe sul-africano
por: Ricardo Fonseca
A festa para comemorar os 92 anos de Nelson Mandela já estava terminando em Soweto, o símbolo de resistência ao apartheid, quando os microfones anunciaram a vitória de Louis Oosthuizen, em St. Andrews, o berço do golfe. Imediatamente a festa recomeçou na África do Sul, com as vuvuzelas voltando a soar a plenos pulmões, uma semana após o término da Copa do Mundo de futebol que as consagraram, ao mesmo tempo em que as gaitas de fole se calavam na Escócia para dar início à cerimônia de premiação de um dos mais improváveis campeões em 150 anos de história e 139 edições do British Open.
O mundo começava a aprender o nome de Lodewicus Theodorus – Louis, para facilitar, e Sherek, para os amigos – Oosthuizen, um sul-africano de 27 anos e parcos resultados no golfe mundial, que se tornou um gigante no vento escocês e caminhou tranqüilo para uma vitória histórica com 16 abaixo do par e sete de vantagem sobre o segundo colocado. Essa é a maior margem de vitória num major nesta década e a primeira de um jogador não chamado Woods desde que Jack Nicklaus vencem o PGA Championship de 1980 sete tacadas à frente de Andy Bean.
Liderança – Nada mal para quem só havia passado do corte uma vez nos oito majors em que conseguiu entrar desde 2004 e, mesmo assim, jogado mal no final de semana, para terminar em 73º lugar no PGA Championship de 2008. Oosthuizen jogou 65, a melhor primeira volta de um campeão do British Open, liderou o torneios nos últimos 46 buracos – assumiu a ponta no buraco 8 da segunda rodada para não mais largar -, terminou sexta-feira vencendo por cinco tacadas e o sábado ganhando por quatro, para chegar à rodada final com a maior vantagem desde as seis tacadas de Tiger Woods em 2000.
Todo mundo esperava que Oosthuizen sucumbisse ao peso da liderança, mas ele nem tomou conhecimento. Controlou o jogo com tal tranqüilidade da volta final que Paul Azinger, que comandava a excelente equipe de comentaristas da ESPN na tecla SAP, disse esperar “que os assinantes não estivessem mortalmente entediados porque o que eles viam mais parecia um cirurgião em ação”. Tom Watson, que também assumiu um microfone depois de não passar o corte e se despedir de St.Andrews, disse que a vitória por sete tacadas foi um “desempenho cirúrgico”.
Desigualdade – Mike Tirico que fazia o papel de anfitrião da ESPN, também não resistiu quando a tevê mostrou, sobre uma imagem das ruas de St. Andrews, o placar com Oosthuizen liderando por oito tacadas sobre Paul Casey após 12 buracos. “O ônibus à direita é a única coisa que está se movendo”, observou. “Parece mais a luta de um prego contra um martelo”.
Nem Tiger Woods salvou a transmissão. Domingo, a ESPN só mostrou o número 1 do mundo até o buraco 4, quando ele devolveu dois birdies com o primeiro dos dois duplo bogeys que lhe deram a terceira volta seguida sem conseguir jogar abaixo do par e o 23º lugar. Nem o birdie no 18, que impediu que Woods jogasse 73 pelo terceiro dia consecutivo, animou Azinger. “Com essa volta sonolenta onde ele nunca teve uma momento de Tiger, a excitação se foi”.
Ranking – Phil Mickelson foi ainda pior. Jogou 75, sua pior volta da semana, desperdiçando a oportunidade de tomar de Tiger o posto de número 1 do mundo. Um terceiro lugar teria bastado. Em toda a sua carreira, Mickelson só jogou baixo do par três vezes em rodadas do British Open. E como quem não faz, toma, ele ficou muito perto de perder a segunda posição do ranking mundial (faltou 0,23 ponto) para o inglês Lee Westwood, que foi vice-campeão de um major pela segunda vez no ano.
Além do prêmio de US$ 1,3 milhão e da fama instantânea, Oosthuizen subiu 39 posições no ranking mundial de golfe, onde começa a semana como o novo número 15, à frente de Retief Goosen, sexto em St. Andrews, que é o 16º colocado. E se tornou o sexto sul-africano a vencer uma major, juntando-se a Bobby Locke, Gary Player, Ernie Els, Retief Goosen e Trevor Immelman. Juntos, eles venceram nove vezes o British Open: Locke (1949, 1950, 1952, 1957), Player (1959, 1968, 1974), Els (2002) e Oosthuizen (2010).
Majors – Com Westwood sendo vice-campeão no final, com nove abaixo, sem nunca ter entrado na luta pelo título, e Casey caindo para terceiro lugar, com oito abaixo, depois de fazer um triplo bogey no 12 e dar adeus à qualquer sonho de reação, a Inglaterra continua na fila para vencer um major pela primeira vez desde Nick Faldo no Masters de 1986, há 24 anos. Rory McIlroy jogou 68 no domingo para empatar em terceiro e subir para a sétima posição do ranking mundial, agora seguido por Casey. O sueco Henrik Stenson também jogou oito abaixo.
Veja a cobertura completa do British Open
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16/07/2010 – British Open: Louis Oosthuizen abre cinco
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