01/03/2016
Entenda o que estará em jogo esta semana, no primeiro confronto de 2016 entre os melhores do mundo
O novo Blue Monster, reformado por Gil Hanse: em meio a polêmicas no golfe e eleitorais
por: Ricardo Fonseca
Com o contrato de dez anos se encerrando esta semana e com o PGA Tour cada vez mais pressionado para tomar uma posição forte sobre os ataques xenofóbicos contra mexicanos e muçulmanos e a não disfarçada misoginia de Donald Trump, proprietário do campo e pretendente do Partido Republicano a candidato à presidência dos EUA, o Cadillac Championship, primeiro dos quatro torneios dos World Golf Championship (WGC), de quinta a domingo, no Blue Monster, do Trump National Doral, na Flórida, pode ser o último torneio do PGA Tour jogado neste campo, após 54 anos de parceria.
O segundo campo mais antigo a receber um torneio do circuito americano ininterruptamente – desde 1962 -, perdendo apenas para o Colonial, vem sendo ainda muito criticado por muitos jogadores importantes do circuito, desde 2014, após a reforma feita pelo arquiteto Gil Hanse, o mesmo que desenhou e construiu o campo olímpico do Rio de Janeiro. Para muitos, o Blue Monster dá agora uma injusta vantagem aos grandes batedores, em detrimento aos que batem “apenas” 290 jardas ou menos de driver. Isso além de a dificuldade extra pós reforma ter feito os resultados despencar. De 2008 a 2013 ninguém ganhou no Doral com menos de 16 abaixo. Nos últimos dois anos os vencedores fizeram -4 (Patrick Reed, em 2014) e -9 (Dustin Johnson, em 2015).
As críticas não vêm de jogadores de “segunda linha” e sim de muitos dos melhores do mundo, que pela primeira vez no ano estarão jogado juntos no mesmo torneio, o primeiro de uma dezena de grandes eventos. Pelo menos 47 dos 50 primeiros do ranking mundial de golfe estarão em campo, com ausência confirmada só de Jim Furyk, o número 14 do ranking mundial de golfe, que não jogou ainda este ano por causa de uma lesão no pulso e acaba de passar por outra cirurgia que o deixará pelo menos mais três meses de molho. Os outros ausentes podem ser Thongchai Jaidee, 34º do ranking, e Jaco Van Zyl, que só se classificou para o Doral no domingo passado ao vencer o Eye of Africa PGA Championship, do Sunshine Tour, e subir para 49º do ranking. Ambos tem até o final desta terça para confirmar presença.
Melhores do mundo – Pela primeira vez, em 2016, o novo Big 3 do golfe mundial, formado por Jordan Spieth, Rory McIlroy e Jason Day, ou Big 4 ou 5, se você achar justo incluir ainda Rickie Fowler e Bubba Watson, estará junto em campo. Do grupo de jogadores mais importantes e conhecidos, Bubba Watson (Northern Trust Open), Adam Scott (Honda Classic), Louis Oosthuizen (Perth International) e Marcus Fraser (Maybank Championship Malaysia), todos vêm de vitórias nas duas últimas semanas. Outros como Hideki Matsuyama, Brandt Snedeker, Jason Dufner, Charl Schwartzel, Danny Willett e Branden Grace também venceram torneios em fevereiro.
O golfe tem uma máxima – “Drive for show, putter for doegh (money)” – que resume bem que o público quer ver os grandes batedores de driver dando espetáculo, mas que é com o putter na mão, sobre os greens, que se ganha torneios e dinheiro. Para Trump, que comandou a reforma do campo, o ditado é um pouco diferente: “Drive for money, drive hard for more money”, mais dinheiro para ele, que apesar de brigar com todos os vizinhos – agora está processando proprietários de casas do condomínio – e de agredir a grande população latina da cidade, nunca ganhou tanto dinheiro aumentando a fama de difícil de seu campo. E há quem aposte que ele pode ganhar ainda mais se o WGC sair de lá.
Modificações – O PGA Tour não ficou alheio à reclamação dos jogadores de ponta e cobrou este ano de Trump que os arquitetos Hanse e Jim Wagner fizessem o Doral penalizar um pouco mais os grandes batedores. Gary Young, oficial do PGA Tour envolvido diretamente no evento, garantiu esta semana a alguns jornalistas americanos que isso foi feito, com vários complexos de bancas sendo estendidos em direção ao campo, várias palmeiras plantadas e as raias estreitadas a partir das 310 jardas do tee.
Outra novidade é que as bancas dos lagos, que tinham defesa da água apenas por um leve rough, agora terão grama mais alta para que mais bolas parem na areia. Young disse ainda que o agrônomo Don Thornburg fez um incrível trabalho para salvar o Blue Monster de um difícil período de crescimento da grama deixando os greens mais receptivos, ao contrário dos dois últimos anos quando a superfície nova e dura era indiferente às boas ou más tacadas.
Super Terça – Bem, hoje teremos o que os americanos chamam de Super Terça, dia de votações primárias importantes em mais de uma dezena de estados. Pesquisa realizada pela rede CNN mostra que Trump tem o apoio de quase a metade (49%) dos eleitores registrados do partido e daqueles que se definem como independentes de tendência conservadora. O polêmico magnata teria mais de 30 pontos de vantagem sob seus mais rivais republicanos, os senadores Marco Rubio, com 16%, e Ted Cruz, com 15%.
Recentemente, com a candidatura de Trump ganhando força, o R&A, que já havia praticamente descartado receber o British Open no Trump Turnberry em futuro próximo, voltou atrás e disse que o caso só será considerado mais adiante. Será que uma vitória esmagadora de Trump na Super Terça não fará o PGA Tour também voltar atrás? Por causa da contagem de votos da Super Terça e da campanha política, assessores asseguraram que Trump só fará sua sempre cinematográfica chegada de helicóptero ao Doral no domingo, e de forma discreta. Poucos acreditam nisso.
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