12/12/2009
Patrocinador diz que está apenas colaborando com o desejo de privacidade do número 1 do mundo
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A Gillette distribuiu um comunicado neste sábado afirmando que vai “limitar” a aparição de Tiger Woods na publicidade da empresa. “Como o Tiger está dando um tempo em suas aparições públicas, nós apoiamos seu desejo de privacidade limitando usa presença em nossos programas de marketing”, diz a nota oficial.
Com isso, a divisão Gillette da Procter & Gamble passa a ser o primeiro grande patrocinador a se distanciar de Tiger publicamente. Há dois dias a Gatorade tirou a linha Tiger do mercado, uma decisão que, coincidência ou não, havia sido anunciada pela primeira vez em 25 de novembro, dia em que o National Enquirer publicou a primeira reportagem sobre as infidelidades de Tiger Woods, que desencadearam na decisão do número 1 do mundo de deixar o golfe por tempo indeterminado.
“Woods deixará de aparecer nos anúncios de televisão e impressos da Gillette e de participar de outras ações da marca”, explica Damon Jones, porta-voz da Gillette. A empresa patrocina Woods desde 2007. Curiosamente o último comercial exibido na tevê americana em que Tiger Woods aparece foi uma publicidade da Gillette, que foi ao ar dia 29 de novembro, dois dias depois de Tiger bater o carro.
Maus exemplos – No lançamento de Tiger como garoto propaganda da Gillette (foto acima) ele aparecia ao lado do tenista Roger Federer e do atacante Thierry Henry, que também não estão sendo vistos como bons exemplos de fair play. Recentemente, Federer soltou um sonoro palavrão ao perder a final do US Open para o argentino Juan Martín Del Potro, enquanto Henry ajeitou a bola com a mão na linha de fundo para dar o passe para o golfe de Gallas, que classificou a França e eliminou a Irlanda na repescagem européia para a Copa do Mundo.
A AT&T, outro grande patrocinador de Tiger disse que está “avaliando” seus contratos com Woods, mas ainda não anunciou uma decisão. A Nike, que construiu um negócio de US$ 650 milhões em torno de Woods, disse em comunicado que apóia a decisão do atleta.
Próxima tacada – A Accenture (foto ao lado)outro grande patrocinador de Tiger, preferiu o silêncio. A publicidade da empresa em cartazes em vários aeroportos do mundo mostra Tiger numa situação difícil (sua bola está enfiada no meio das pedras, ao lado de um riacho) com a frase “O que você vai fazer a seguir é o que conta”. Muito apropriada.
A Tag Heuer ainda não falou sobre o assunto, mas começou a retirar a publicidade com a imagem de Tiger Woods de dentro de suas lojas em alguns lugares do mundo. A EA Sports, que se prepara para as vendas de Natal do game Tiger Woods 2010, também, está quieta, mas teme ter a mercadoria encalhada.
Gafe – Tiger deixa ainda outros patrocinadores em situação difícil. Entre eles estão a NetJets (leasing e aluguel de aviões), o TLC Laser Eye Centers (cirurgia de olhos a laser); a Tatweer, que constrói o condomínio The Tiger Woods Dubai; e a Upper Deck (autenticação de autógrafos e itens colecionáveis).
Mas ninguém se viu em situação tão delicada como a Golf Digest, para a qual Tiger “escreve” artigos exclusivos. A edição de janeiro da revista americana (foto), que começou a ser distribuída dia 15 de novembro e já está nas bancas de todo o mundo, incluindo as brasileiras, mostra uma montagem fotográfica de Tiger Woods trabalhando como caddie do presidente Barack Obama, com a chamada: “Dez dicas que Obama pode receber de Tiger”. A Casa Branca esperneou, mas não havia mais o que fazer.
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