21/07/2009
Greg Norman e Tom
Watson são prova de que não se pode generalizar e ou discriminar os jogadores mais velhos
Depois do British Open de 2007, o R&A (Royal &
Anciente Golf Club de St. Andrews), entidade que rege o golfe em quase todo o
mundo e organiza o terceiro major da temporada, decidiu rever sua política de
idade e reduzir de 65 para 60 o limite para que ex-campeões tivessem isenção
para o torneio. Agora, pode ser necessário voltar atrás.
No primeiro Open com a nova regra, em 2008, o australiano
Greg Norman, de 53 anos, era o líder em Royal Birkdale, na Inglaterra, até a
nove buracos do final. No segundo campeonato depois da redução, na semana
passada, em Turnberry, na Escócia, o americano Tom Watson estendeu esse limite
de idade 59 anos e 10 meses ao terminar em primeiro e só perder o título no
desempate.
“Nós não imaginávamos alguém de 59 anos liderando o Open
Championhsip no final do último dia”, reconhece Peter Dawson (foto), executivo-chefe
do R&A. “Se soubéssemos que um jogador de quase 60 anos pudesse vencer o
Open, o assunto teria sido retirado da agenda há dois anos”, afirma.
Isenções – Mas
não foi. O British Open de julho de 2010, em St.Andrews, será o último em que
Tom Watson poderá jogar. Hoje, a única forma de Watson voltar a competir após
2010 no torneio que o consagrou seria: mudar a regra de idade mais uma vez;
Watson terminar entre os dez primeiros em S.Andrews; vencer o British Senior
Open de 2010; ou jogar e garantir a vaga nos torneios de qualificação. Caso seu putt de 2.5 metros, no 18,
domingo, tivesse entrado, Watson poderia jogar o British Open por mais dez anos.
“Todos os anos, depois do Open nós fazemos uma revisão das
isenções e, como certeza, a performance de Watson vai ser levada em conta”,
garante Dawson. “É muito cedo para dizer se e como vamos mudar alguma coisa,
mas certamente vamos discutir a questão”.
Discriminação – Dawson
diz que a redução de 65 para 60 anos foi adotada para aumentar as vagas para os
jovens valores do golfe mundial e não por discriminação. “Tom Watson foi um dos
jogadores consultados antes da mudança”, conta o executivo do R&A, que
assegura não estar violando nenhum lei sobre discriminação de idade.
O Masters, que dá isenção para o resto da vida aos seus
campeões, tentou, há três anos, sem sucesso, impor um limite de idade às suas isenções, mas foi
obrigado a voltar atrás graças, sobretudo, aos protestos de Gary Player. Ele aventou colocar em leilão suas relíquias do Masters e só se
despediu de Augusta, em 2009, aos 72 anos. Agora, ao invés de impor um limite de idade,
o Masters encoraja seus ex-campeões que não se sintam competitivos a não jogar.
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