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Nem o golfe escapou dos “Panama Papers”, vazamento de milhões de documentos sobre offshores

05/04/2016

Paraíso fiscal de ricos e poderosos tem 107 empresas envolvidas na Operação Lava Jato

Acima, um dos endereços da Mossack Fonseca, com sede no Panamá e escritórios em mais de 35 países, a operadora de paraísos ficais para os ricos e famosos

Com parte dos 11 milhões de documentos pertencentes ao escritório de advocacia panamenho Mossak Fonseca mostrando que entre empresas e clientes fugindo de sanções, do pagamento de impostos e fazendo lavagem de dinheiro estão 72 chefes de Estado no poder ou que já ocuparam o cargo, incluindo ditadores acusados de saquear seus países, os esportistas da lista acabaram ganhando pequeno destaque, sobretudo no Brasil. Os documentos foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung e compartilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês) que inclui 107 organizações de mídia e, no caso do Brasil, jornalistas da UOL, do Grupo Folha; do jornal “O Estado de S.Paulo”; e a RedeTV!.

Mas o esporte, indústria que movimenta centenas de bilhões de dólares está bem representado nos “Panama Papers”, com destaque, como não poderia deixar de ser, para o futebol, incluindo de Lionel Messi a Michel Platini a um ex-membro da Comissão de Ética da FIFA, o advogado uruguaio Juan Pedro Damiani, presidente do clube de futebol Peñarol. Platini, suspenso por seis anos de toda atividade relacionada ao futebol por receber um pagamento indevido de 1,8 milhão de euros do ex-presidente da FIFA Joseph Blatter, assim como o uruguaio Eugenio Figueredo, são dois ex-vice-presidentes da entidade. O francês Jerome Valcke, ex-secretário-geral da FIFA, demitido há três meses, também aparece nos “Panama Papers”.

Mas o futebol não é o único esporte envolvido nessas práticas financeiras suspeitas, uma vez que offshores podem ser criadas para atividades legais. Aparecem também 11 ex-jogadores da NHL, a Liga norte-americana de hóquei, entre outros. No golfe, há pelo menos cinco nomes citados nos “Panama Papers”, incluindo o do inglês “Sir” Nick Faldo (abaixo), vencedor de seis majors e hoje comentarista da tevê, proprietário de uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas de 2006 a 2008. Seu porta-voz se recusou a comentar o assunto.

Nick Faldo