Sinal de alerta: ranking nacional começa com pouca renovação

19/04/2012


Veteranos dominam competição em Brasília; feminina está limitada a seis jogadoras


Clube de Golfe de Brasília: abrindo o reduzido calendário nacional do golfe de alto desempenho em 2012
   Clube de Golfe de Brasília: abrindo o reduzido calendário nacional do golfe de alto desempenho em 2012

por: Ricardo Fonseca

Em tempos de golfe olímpico e ano de Mundial, a pequena renovação entre os jogadores que irão disputar o 29º Aberto de Golfe de Brasília, um dos mais tradicionais do país e primeiro válido para o ranking brasileiro de 2012, faz acender a luz amarela, alertando que algo precisa ser feito. A competição masculina, dominada pelos veteranos, reúne apenas 36 jogadores com um dígito de handicap – já se teve o triplo disso em torneios nacionais, em tempos recentes -, dos quais apenas 23 tem index abaixo de 5, entre eles muitos veteranos, como o sênior Manuel Gama, presidente da Federação Paulista de Golfe, Fernando Mendes, Roberto Gomes e Otávio Villar, entre outros.

Dos 94 jogadores que pontuaram para o ranking brasileiro de 2011, apenas 23, ou pouco menos de um quarto, estarão em campo no Distrito Federal. Desses, apenas 10 estão entre os 30 primeiros e 12 entre os 50 do atual ranking brasileiro. E os jogadores com pretensões de seguir carreira para defender o Brasil no Mundial Amador deste ano, nos futuros Sul-americanos e competições internacionais, não chegam a uma dúzia, se tanto, entre os 117 inscritos na competição masculina. E são muito poucos os que pensam seriamente em chegar aos Jogos Olímpicos, de 2016.

Feminino – Entre as mulheres, que serão apenas 13 em campo, a situação é ainda pior. Apenas seis tem handicap de um dígito e disputam efetivamente os pontos para o ranking nacional, distribuídos até a décima colocação. Vão sobrar pontos e faltar jogadoras. E entre todas, apenas quatro, incluindo duas juvenis que estréiam no ranking, devem ter pretensões de seguir carreira competitiva.

Talvez essa falta de renovação e interesse, já que muitos jogadores de handicap de apenas um dígito não se inscreveram pelos mais variados motivos, explique a decisão de reduzir os torneios válidos para o ranking nacional pela metade, em 2012. Fora o Amador do Brasil, que corresponde ao campeonato nacional, haverá apenas cinco torneios oficiais, contra dez nas temporadas anteriores.

Datas – Outro problema pode ter sido a diferença de apenas uma semana entre os dois primeiros torneios do ranking de 2012, com vários jogadores deixando para estrear no Sul-Brasileiro, na próxima semana, em Porto Alegre, para diminuir a despesa. Com 11 torneios, valendo os cinco melhores resultados para o ranking, mais o Amador, como era até 2011, perder um torneio não fazia tanta diferença. Agora vai pesar muito mais.

Outro problema é que até esta quarta-feira, a dois dias do início do calendário nacional, não havia sido publicado ainda o regulamento oficial para 2012, obrigando os jogadores a decidir sua participação sem conhecer as regras do jogo. O regulamento de 2011, com diminuição percentual dos pontos conquistados a partir do quarto torneio mais antigo, de 10% em 10%, com o valor ficando em 50% do oitavo em diante, não vale mais, pois só há cinco torneios, mais o Amador. Da mesma forma, não se conhece oficialmente os critérios de convocação para o Mundial Amador da Turquia.

Exceções – Felizmente, há exceções na renovação do plantel. Do campo público de Japeri, na Baixada Fluminense, vieram dois dos quatro juvenis masculinos em campo que pertencem ao grupo de elite do ranking nacional da categoria: Cristian Barcelos (14º colocado) e Anderson Nunes (20º), que devem buscar espaço no ranking adulto a partir deste ano. Anderson é atualmente o líder do ranking juvenil estadual do Rio de Janeiro e Cristian está em 3º lugar no ranking estadual adulto. A eles se juntam Homero Toledo, quarto do ranking juvenil e Ulisses de Toledo Jr., o 27º, ambos do Paraná, e Jefferson Yang, de São Paulo, o oitavo entre os melhores do país até 18 anos. Marcelo Giumelli, do Broa, também estréia no ranking nacional, mas já é veterano dos campos.

Entre as mulheres, a veterana Lúcia Guilger, a Barata, número 1 do Brasil, não terá sua arqui-adversária, a também veterana Ruriko Nakamura, segunda do ranking, que preferiu disputar um torneio do calendário paulista, em Ribeirão Preto. Assim, Barata terá como principais adversárias Carla Ziliotto e Larrisa Pombo, que voltaram ao golfe depois de abandonar as competições por alguns anos para estudar; Andréa Arruda, outra veterana de São Paulo; e as juvenis Giulia Malmann e Carolina Yamada, segunda e 19ª colocadas do ranking nacional juvenil.

Gaúchos – O Aberto de Brasília começa com um pelotão só de gaúchos – Leonardo Conrado, Paulo Davis e Octávio Villar -, os únicos com handicap positivo em campo. No penúltimo grupo há mais dois gaúchos: Giumelli, hoje no Broa, e Arthur Lang, que jogam ao lado do carioca Diego Lobo, que estuda nos EUA. Os paulistas Ivan Tsukazan e Roberto Gomez, que volta a jogar o ranking nacional inteiro para comemorar seus 40 anos no golfe, estão no grupo seguinte, ao lado do ex-profissional paranaense Felipe Hasson.

Do grupo de elite do golfe brasileiro, dois se profissionalizaram este ano – Felipe Navarro e Giordano Junqueira, enquanto Daniel Stapff, que se forma em junho, nos EUA, seguirá seus passos em breve. Rafael Becker e Tomaz Pimenta também estão nos EUA e só devem voltar ao país para o Amador do Brasil. Outros, como Eduardo Vasconcellos, só jogaram o ranking de 2011, por causa da Los Andes, no Rio. Há muitos juvenis despontando, mas ainda são novos e inexperientes para cobrir os espaços abertos.

Festa – Problemas do golfe de alto desempenho à parte, o Aberto de Brasília promete ser uma grande festa. Segundo a assessoria do evento, estarão em campo 130 jogadores de 11 estados. Como no ano anterior, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, promete dar a tacada inicial do evento.

Outra novidade do Aberto do Clube de Golfe de Brasília, que depois das últimas reformas e da instalação da irrigação recuperou a qualidade prevista por seu designer, Robert Trent Jones, e já está entre os melhores do Brasil são os troféus da competição. Inspirados na ponte JK que é vista de quase todo o campo, os troféus tem inspiração olímpica, com bolas de ouro, prata e bronze integrando a bonita peça (foto no alto, à direita).

Prêmios – Graças ao novo Estatuto do Amador, que entrou em vigor este ano, haverá uma passagem de ida e volta para os EUA, com embarque em Brasília, oferecida pela American Airlines, para quem fizer o primeiro hole-in-one no buraco 17, um difícil par 3 jogado paralelo ao Lago Paranoá. O 29º Aberto de Brasília tem ainda entre seus apoiadores o Hotel Golden Tulip Brasília Alvorada. O evento é organizado pelo Clube de Golfe de Brasília e Federação Centro-Oeste Nordeste de Golfe e tem o apoio da Confederação Brasileira de Golfe.

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