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Tiger Woods confirma depoimento à polícia

02/07/2010

Ele foi ouvido pelos federais por mais de duas horas, mas deixou muitas dúvidas no ar

Depois de o The New York Times ter publicado a notícia em primeira mão com base em duas fontes anônimas, Tiger Woods não teve mais como negar e confirmou ontem que depôs durante mais de duas horas para os federais na semana passada, em Orlando, para explicar suas relações com o médico canadense Anthony Galea, que está sendo acusado de contrabando, prática ilegal da medicina e de fornecer doping a atletas de ponta dos Estados Unidos.

Woods disse que respondeu todas as perguntas, que fez o possível para ajudar a investigação, e que negou o uso de doping ou de outra substância proibida, afirmando que tudo o que Galea fez foi um tratamento que usava o próprio sangue de Woods para concentrar plaquetas numa centrífuga e reinjetá-las em seu joelho operado. Essa prática não é considerada doping desde que comunicada previamente à Agência Mundial Ant-Doping (WADA) o que Woods não fez, por ter feito o procedimento escondido.

A polícia ainda deve voltar a inquirir Woods para explicar alguns pontos. O principal deles é que se essa prática é tão simples como ele alega, a ponto de ser feita em casa com uma centrífuga de sangue alugada, por que Woods não recorreu a médicos renomados e hospitais de ponta para isso – dinheiro não era problema – preferindo fazer tudo às escondidas com um médico conhecido como o Rei do Doping e que não tem licença para exercer a medicina nos EUA?

Muita gente suspeita – incluindo a maioria dos profissionais do PGA Tour – que Tiger Woods realmente se dopou com Galea. Assim, seu auto-exílio de cinco meses após o escândalo sexual – época em que suas ligações perigosas com Galea também vieram à tona – teriam servido não para ele esfriar a cabeça, e sim para se desintoxicar para os exames anti-doping do PGA Tour.