07/08/2021
Mone Inami, do Japão, leva a prata num playoff com Lydia Ko, da Nova Zelândia, que foi prata no Rio
Mone Inami, prata; Nelly Korda, ouro; e Lydia Ko, bronze. Fotos: Stan Badz/PGA Tour/IGF)
por | Ricardo Fonseca
Num intervalo de seis semanas, a americana Nelly Korda, de 23 anos, conquistou as maiores glórias que um golfista pode conseguir: venceu seu primeiro major, tornou-se a número 1 do mundo e, neste sábado, 7 de agosto, deu aos EUA sua segunda medalha de ouro do golfe dos Jogos de Tóquio, enfrentando quase toda a elite do golfe feminino mundial. E ainda teve a honra de ser premiada pela sueca Annika Sorenstam, maior golfista da história, agora presidente da Federação Internacional de Golfe (IGF), que recentemetne retornou à ativa com o título do US Women’s Open.
Korda entrou na volta final, no Kasumigaseki Country Club, em Saitama, a 40 km de Tóquio, vencendo por três tacadas, mas depois de um duplo bogey no buraco 7, permitiu que as adversárias se aproximassem, sobretudo a japonesa Mone Inami, de 22 anos, e a neozelandesa Lydia Ko, de 24 anos, que fizeram dois dos quatro melhores resultados do dia, para empatar em segundo lugar, uma atrás da campeã, e decidiram as medalhas de prata e bronze em um buraco extra, o 18, ganho pela jogadora da casa.
A indiana Aditi Ashok, também de 23 anos, que chegou a estar empatada em primeiro, terminou em quarto lugar, a uma tacada do playoff por medalhas, mas ganhou o reconhecimento de todos, incluindo do Primeiro Ministro da Índia, Narendra Modi, e de Ram Nath Kovind, presidente de seu país, os primeiros a cumprimentar Ashok, pelo Twitter, por sua brava atuação nos Jogos de Tóquio, onde o golfe mostrou mais do que nunca ser um esporte de jovens, com média de 23 anos de idade para as quatro primeiras colocadas.
Vitória – Korda assumiu a liderança no segundo dia, quando igualou o recorde olímpico, e apesar de suas voltas finais bem mais difíceis e tensas, nunca deixou a ponta do torneio que venceu com 267 (67-62-69-69) tacadas, 27 abaixo do par e novo recorde olímpico para 72 buracos, superando em uma tacada os 16 abaixo da coreana Inbee Park, ouro no Rio 206. Depois do duplo bogey no 7, onde errou o green elevado e nas duas primeiras tentativas de ira para a bandeira viu a bola rolar de volta para seus pés, Korda sentiu a pressão de jogar não apenas por ela, mas por seu país.
Nelly ainda reagiu com três birdies seguidos, do 8 ao 11, mas após novo bogey no 12, onde não acertou o green e não salvou o par depois de ter ido para a banda do fairway, a decisão ficou definitivamente embolada. Além das quatro primeiras, a australiana Hannah Green e a dinamarquesa Emily Kristine Pedersen também estiveram na disputa por medalhas na segunda metade do campo, antes de terminarem empatadas em quinto, com 271, 13 abaixo. Hannah (71-65-67-68) jogou 30 de volta, com bogey no 18, e Pedersen (70-63-70-68) marcou 32 de ida, mas jogou uma acima nos nove finais, com apenas um birdie.
Playoff – Empurrada por uma torcida basicamente de voluntários uniformizados, Mone Inami teve a chance de lutar pelo ouro até o 18. Ela tinha feito cinco birdies nos últimos seis buracos (12 ao 17) para chegar empatada com Nelly no buraco final, antes de sua tacada de aproximação plugar na parede da banda do green, de onde saiu para longe da bandeira e não escapou de um bogey. Terminou com 268 (70-65-68-65), 16 abaixo do par, mesmo resultado de Lydia, que esperava na raia. Inami chegou com a segunda no green e bastou fazer o par para ficar com a prata.
A neozelandesa vinha de três birdies seguidos, mas perdeu a chance do ouro com um bogey no 16. Ela ainda fez birdie no 17, mas errou o putt de 11 metros para birdie da beira do green. No desempate, novamente no 18. Lydia Ko bateu o drive para a banda da raia, à direita, de onde só conseguiu sair para a beira do green. Ela ainda deixou a bola a dois metros, mas não salvou o par.
Destaques – Os temporais previstos para os dois últimos dias, inclusive com ameaça de reduzir o torneio para 54 buracos, chegaram apenas em forma de uma chuvarada que interrompeu o jogo por uma hora, quando todas as protagonistas estavam no 17, no fairway ou no green. Kelly diz que o intervalo deu chances para ela se acalmar, aconchegada pela irmã Jessica, que saiu pelo tee do 10, mas fez o melhor resultado do dia para ainda terminar em 15º, com 275 (71-67-73-64), nove abaixo. Quem também jogou sete abaixo na volta final foi Kelly Tan, da Malásia, mas apenas para ser a 34ª colocada, com duas abaixo.
As coreanas chegaram com as número 2, 3 4 e 5 do mundo, mas os melhores desempenhos foram de Sei Young Kim (69-69-68-68) e de Jin Young Ko (68-67-71-68), que empataram em nono com 274, 10 abaixo. As cinco latino-americanas não se destacaram. A melhor delas foi a mexicana Maria Fassi, 23ª com 279 (73-70-68-68).
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