21/04/2021
Em gestação desde 2019, programa pode ter sido precipitado pelo anúncio da Superliga do futebol europeu
por | Ricardo Fonseca
A máxima “Drive for show, putt for dough” – em tradução livre, “dê show com o driver, mas ganhe dinheiro com o putter” – nunca foi verdade na vida real, mas agora será definitivamente sepultada após o anúncio feito pelo PGA Tour da criação do “Programa de Impacto do Jogador”, que dará um bônus de US$ 40 milhões aos jogadores mais populares, aqueles que deem ao circuito mais visibilidade e engajamento, quesitos onde os grandes batedores saem em vantagem.
Grandes batedores – as estatísticas comprovam – acabam ganhando mais dinheiro do que os melhores nos putts. Basta ver de quanto foi a soma dos prêmios dos Top 10 desses dois fundamentos no final das temporadas passadas. Agora então, com o novo bônus, nem se fale, pois muitos dos Top 10 entre grandes batedores da atual temporada, como Bryson DeChambeau, Rory McIlroy e Dustin Johnson são os que mais atraem público e notícias e os que vão amealhar boa parte desse bônus de 40 milhões
Premier Golf League – O PGA Tour vem discutindo a criação desse bônus do “Programa de Impacto do Jogador” desde 2019, como resposta à tentativa da criação da Premier Golf League, que, a partir de 2022, competiria com o PGA Tour, o Tour Europeu e o Champions Tour oferecendo muito dinheiro aos melhores jogadores. Algo como 48 profissionais disputando 18 eventos de US$10 milhões cada ao longo do ano, além de US$ 240 milhões em bônus e muito outros milhões em cachês por participação. Cachês são prática que os americanos não permitem, embora seja comum no circuito europeu.
Rory McIlroy, Brooks Koepka e Jon Rahm se declararam contra a Premier Golf League, mas não descartaram totalmente a ideia que poderia beneficiar sobretudo jogadores mais veteranos. Rory terá 44 anos em 2022, Tiger Woods, que deseja competir muito menos se voltar ao circuito, já terá feito 46. Phil Mickelson, já jogando no Champions, terá 51.
Pomo da discórdia – Phil não confirma, mas a revista Forbes o indicou como um dos pais da Premier Golf League, ao lado de Colin Neville, consultor esportivo e sócio do Raine Group; e Andrew Gardiner, diretor do Barclays Capital, coincidentemente seus parceiros do Pro-Am do Saudi International do European Tour, deste ano. Haveria ainda dinheiro da Federação Saudita de Golfe, organizadora do Saudi International, que paga cachês milionários para levar os melhores do mundo ao deserto.
O PGA Tour e o Tour Europeu reagiram rapidamente à criação da Premier Golf League, e no mesmo tom. Jay Monahan, comissário do PGA Tour, divulgou um comunicado que dizia: “Não comentamos sobre o negócio de outros passeios, reais ou hipotéticos.” Keith Pelley, executivo-chefe do European Tour, disse à Press Association: “Acho que eles estão tentando seguir em frente há oito anos, mas não posso comentar sobre outros circuitos, e certamente um que não seja real”. Os dois também enviaram por e-mail seus membros avisando sobre as consequências de uma separação, ou seja, que teriam que escolher entre um ou outro, uma clara ameaça de banimento.
Futebol deu o exemplo – Mas o que pode ter precipitado a divulgação do “Programa de Impacto do Jogador” do PGA Tour, pode ser alheio ao golfe. Entidades que controlam o bilionário negócio dos esportes profissionais ao redor do mundo não têm dormido desde o anúncio, domingo passado, da criação da Superliga com 12 dos maiores times do futebol europeu, um concorrente poderoso para a UEFA.
Menos de 24 horas depois do anúncio da Superliga, Aleksandr Ceferin, presidente da UEFA, chamou os dirigentes da Superliga de traidores e anunciou uma ainda mal explicada nova Champions League, com 225 partidas, cem a mais do que a atual, e muito mais dinheiro, a partir da temporada 2024/2025. A Superliga está prevista para a temporada 2022/2023. A nova Champions League, como revelou PVC em seu blog, teria vaga para os campeões de renda e público, lembrando muito o nosso Brasileirão de Futebol em 1973 e 1974, e, ressalto eu, a nova proposta do PGA Tour.
Bônus para poucos – Os US$ 40 milhões do “Programa de Impacto do Jogador” do PGA Tour serão distribuídos para apenas 10 jogadores escolhidos por meio de uma “pontuação de impacto”, um número alimentado por vários índices, incluindo popularidade na pesquisa do Google; Nielsen Brand Rating (uma métrica que julga como um jogador dá retorno aos patrocinadores, com base em sua exposição), Meltwater Mentions ( a frequência da cobertura do jogador em uma série de plataformas de mídia) e Índice MVP (Most Valuable Player), valor do envolvimento do golfistas em canais sociais e digitais. O jogador considerado o mais valioso receberá US $ 8 milhões do bônus total no final do ano.
Alguns dos jogadores que devem se beneficiar são McIlroy, Jordan Spieth (cujo pai, Shawn, fundou a empresa que criou o Índice MVP), Bryson DeChambeau e – apesar de lesionado e não devendo jogar na temporada – Tiger Woods. O PGA Tour disse ainda à Golf Digest que criou uma nova unidade de negócios – Player Partnerships, dentro do Player Relations Department – focada em todos os membros do PGA Tour. Liderado pelo vice-presidente sênior Dan Glod, o grupo Player Partnerships trabalhará em colaboração com todos os jogadores e suas respectivas equipes de gerenciamento para ajudar a maximizar as oportunidades de negócios fora do campo.
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