03/08/2021
Os prêmios em dinheiro e os pontos para o ranking mundial no golfe dos Jogos de Tóquio
Taiwanês ganhou cinco vezes mais do que americano por sua medalha. Com fotos de Stan Badz/PGA Tour/IGF
por | Ricardo Fonseca
Os Jogos Olímpicos não distribuem prêmios em dinheiro. Os atletas lutam apenas pelas três medalhas – ouro, prata ou bronze – e por recordes de suas modalidades. Mas os comitês olímpicos de cada país podem e oferecem prêmios em dinheiro para quem conquista medalhas. No Japão, Xander Schauffele ganhou US$ 37,5 mil por sua medalha de ouro no golfe, oferecidos pelo Comitê Olímpico dos EUA. Mas TC Pan, da Taipé Chinesa, ganhou cinco vezes mais, aproximadamente US$ 179 mil (5 milhões de dólares de Taipé) pela medalha de bronze na mesma competição.
Os EUA premiam ainda as medalhas de prata com US$ 22,5 mil e as de bronze com US$ 15 mil. Vários países pagam mais, incluindo o Brasil. Para os atletas de Taipé a prata vale US$ 358 mil e o ouro US$ 716 mil. Apenas Cingapura para mais por uma medalha de ouro: US$ 738 mil. Os atletas brasileiros ganham US$ 49 mil pelas medalhas de ouro, US$ 29 mil pelas de prata e US$ 20 mil pelas de bronze.
Meio Taiwanês; família de atletas – Quase ninguém entendeu quando Schauffele, ao cumprimentar TC Pan pelo bronze que o golfista de Taipé conquistou num playoff de sete jogadores, chamou o atleta de “meu compatriota”. Acontece que Ping Yi, mãe de Schauffele, nasceu em Taipé, antes de ser criada no Japão e mais tarde se casar com o franco-alemão Stefan, mudarem-se para os EUA, onde se naturalizaram americanos.
Stefan, pai de Schauffele, era um decatleta de ponta, que sonhava em participar dos Jogos Olímpicos, antes que um motorista bêbado atingisse seu carro num acidente violento, que acabou com sua carreira. Stefan, no entanto, foi o primeiro e único professor de swing do filho, centralizando seus ensinamentos nas leis básicas de voo da bola e na mecânica dos tacos de golfe. Xander dedicou o ouro ao pai, uma vitória com significado mais do que especial para ele.
Dois dos bisavôs de Schauffele jogaram futebol no primeiro nível europeu. Johann Hoffmann jogou pela seleção austríaca de futebol e ganhou vários títulos nacionais da Áustria (SK Rapid Wien), da Boêmia (DSV Saaz) e da França (FC Sochaux; Racing Strasburg). Já Richard Schauffele, depois de jogar futebol no VfB Stuttgart, se destacou no atletismo, conquistando mais de 40 títulos no lançamento de disco, dardo e peso para dois clubes, o Stuttgarter Kickers e o Cannstatter Ruder-Club.
Ranking Mundial – O golfe olímpico também vale para o ranking mundial, mas com os desfalques dos que não quiseram viajar e dos números 1 e 6 do mundo, Jon Rahm e Bryson DeChambeau, ambos com Covid, o campeão ganhou apenas 50 pontos para o ranking mundial, metade do que dá um major. Ainda assim, foi a maior pontuação que Schauffele ganhou em um só torneio em 2021 e o ajudou a subir da quinta para a quarta colocação do ranking mundial.
Salto mesmo deu o sul-africano naturalizado eslovaco Rory Sabbatini, que jogou 61 (-10) na volta final para levar a prata. Depois de não passar quatro cortes seguidos em torneios do PGA Tour, o segundo lugar no Japão lhe deu 30 pontos, o suficiente para saltar da 204ª para a 111ª colocação do ranking mundial esta semana. Sabbatini já foi número 8 do mundo em 2008. Já TC Pan ganhou 20 pontos pelo bronze e pulou do 208º lugar para o 135º. Ele já foi 47º do ranking mundial em 2019.
Uma curiosidade. No golfe profissional só existe desempate para prêmios e pontos para o primeiro lugar. Os demais, são somados e divididos entre os empatados. Mas com as regras especiais para os Jogos Olímpicos, TC Pan levou sozinho os pontos de terceiro lugar, por ter vencido o playoff, enquanto os outros seis – Paul Casey, Rory McIlroy, Hideki Matsuyama, Sebastian Muñoz, Collin Morikawa e Mito Pereira – dividiram os pontos do quarto ao nono lugar e cada um ganhou 10,25 para o ranking mundial.
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