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Ex-presidente da WADA alerta que doping no golfe não está sendo combatido

26/04/2016

Dick Pound diz que mudanças no corpo e nas distâncias são indícios de que algo está errado

Dick Pound aponta o dedo acusador para o golfe com a bagagem de ex-dirigente da WADA e do COI

Dick Pound, ex-presidente da Agência Mundial Antidoping (WADA) e ex-vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), que ganhou fama mundial ao denunciar recentemente os problemas de doping e corrupção no atletismo russos, que tanto estrago causaram, decidiu agora acusar o golfe, afirmando que as fraudes são abundantes em todos os esportes e que nenhum, por mais diferenciado que se suponha ou anuncie, está imune ao uso de substâncias proibidas. Para Pound, que foi a Escócia, berço de golfe, fazer uma palestra sobre o combate ao doping, na Universidade de Stirling, é ingenuidade acreditar que o golfe está imune ao doping.

“Nós todos vemos as mudanças no corpo dos jogadores de golfe e as distâncias que eles estão batendo agora”, diz a autoridade em antidopagem. “Nós sabemos que o equipamento é melhor, que as bolas são melhores, mas não é apenas isso”, afirma Pound, lembrando que teve uma conversa com Tim Finchem, o comissário da o PGA Tour sobre o problema. Na época, Pound disse que o golfe, que tem uma grande reputação por os jogadores serem seus próprios juízes, poderia servir de exemplo para os outros no combate às fraudes. No PGA Tour, o antidoping é muito mais “relaxado” do que na WADA e os casos positivos são mantidos quase sempre em sigilo.

Resposta errada – Mas, a resposta que Pound recebeu de Finchem foi, para ele, decepcionante. “Finchem disse que se fizesse isso, estaria comparando seus jogadores aos de beisebol e jogadores de futebol americano e ele não queria isso”, relatou. No beisebol e futebol americano não há antidoping. Pound disse ter respondido que basta ver as mudanças nos corpos dos golfistas e a quantidade de lesões que têm surgido, para ver que há um problema com o esporte.

Pound, que manteve cruzadas para moralizar esportes como levantamento de peso, atletismo, ciclismo, tênis e hóquei sobre o gelo diz que não tem simpatia com os que se dopam, mas admite já houve casos em que as pessoas foram inadvertidamente enganados pelos treinadores ou médicos. Mas isso não significa que eles devem ficar impunes, pois desfrutaram de uma vantagem desportiva indevida. “Maria Sharapova é um bom exemplo disso”, citou.