23/05/2016
Rogério faz melhor volta do dia e completa pódio. Nagayama surpreende profissionais com quarto lugar
Barcellos: mudanças no swing e no putt para voltar a vencer no palco de seu primeiro título no golfe profissional, há 13 anos
por Ricardo Fonseca | fotos Thais Pastor
Um birdie e um eagle na primeira metade do campo e 16 pares deram ao gaúcho Rafa Barcellos uma volta 69 tacadas (-3), neste domingo, para ser campeão do 41º Aberto do PL Golf Club, um dos torneios mais tradicionais do golfe brasileiro e que faz da presença dos profissionais seu maior atrativo. Antônio Pereira, o Piléu, foi o campeão profissional sênior e o coreano Jinbo Ha venceu com facilidade entre os amadores (clique aqui para ler sobre o torneio amador).
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Barcellos começou o domingo vencendo por uma, mas cedeu o empata para Rafa Becker, líder do primeiro dia, logo no buraco 1, um par 5, onde o jogador revelado no São Fernando chegou ao green com a segunda e fez birdie, depois de errar o eagle por milímetros. Mas, depois de um bogey no 5, Becker nunca mais voltou a empatar o jogo. Ambos fizeram birdies no 6 e Barcellos ampliou a vantagem para duas tacadas ao fazer eagle no 9, o segundo par 5 da primeira metade do campo, contra birdie de Becker.
Vitória – A partir daí Barcellos fez nove pares seguidos, enquanto Becker, com novo bogey no 10, ficava três atrás. O paulista reagiu com birdies seguidos no 12 e no 13, mas um bogey no 15, o último par 5 do campo, o deixou novamente duas atrás. Becker ainda fez birdie no 17, mas o approach de Barcellos no 18, a menos de dois metros da bandeira, acabou com qualquer chance de empate. Becker errou o birdie de longe, permitindo a Barcellos apenas encostar a bola, para também fazer par e comemorar seu segundo título do torneio.
“Vencer no PL tem um significado especial para mim, pois foi aqui, há 13 anos, em 2003, que conquistei meu primeiro Aberto” conta Barcellos, que mesmo com poucos torneios a jogar vem treinando com muita dedicação motivado por duas mudanças importantes em seu jogo, uma no swing e outra no putt. “No final de 2015 eu tive uma dica de um profissional escocês sobre o voo da minha bola, que eu batia apenas de draw, corrigi isso e passei a ser muito mais consistente”, conta Barcellos. “Minha pior volta desde o Curitibano, em novembro passado, foi uma acima do par”, orgulha-se o gaúcho, que foi o único com quatro voltas abaixo do 70, esta semana, no PL.
Mudança radical – Barcellos, que vencera pela última vez em Brasília, em outubro passado, também foi obrigado a mudar radicalmente o jogo sobre os greens, com a proibição dos tacadas ancoradas, com o putter encostado no corpo, a partir de janeiro. “Eu tentei um mês e meio voltar ao putt curto, mas desisti depois que vi o Langer (Bernhard) usando um putt longo sem encostar no corpo”, conta o campeão. “Eu apenas cortei um pouco o cabo de meu putter e adaptei o tacada com sucesso”, explica Barcellos, que também passou a errar muito pouco. “Fiz apenas seis bogeys em 72 buracos, três deles no primeiro dia”.
O campeão conta que só se sentiu aliviado após o approach no 18, pois considera Becker um dos melhores jogadores sob pressão que ele já viu jogar. “Eu sabia que eu é que teria que ganhar dele, pois ele não ia entregar”, diz Barcellos, que foi posto à prova quando Becker diminuiu a diferença para apenas uma tacada com birdie no 17. “Já vi conseguir vitórias incríveis no Aberto do Brasil de 2014 (fez dois eagles de fora na volta final) e como amador, no Gávea, aonde vinha perdendo para a o Duda (Vasconcellos) e para o Daniel Stpaff, fez birdie no 18 e venceu”.
Destaques – O título rendeu a Barcellos o prêmio de R$ 11,5 mil, dos R$ 70 mil da bolsa total do torneio. Ele foi campeão com 271 (68-68-66-69) tacadas, 17 abaixo do par, contra 272 (70-65-68-69), 16 abaixo, de Becker, que fez a melhor volta da semana na segunda rodada, o único dia em que dormiu líder. Rogério Bernardo teve altos e baixos, mas fez a melhor volta do domingo para ainda ser o terceiro colocado, com 281 (73-68-74-66), sete abaixo e dez atrás do campeão.
Mas a grande atração do torneio foi o amador Pedro Nagayama (na foto ao lado, com Becker e Barcellos), de 18 anos, outra revelação do São Fernando, que abriu mão de jogar a competição amadora do Aberto do PL, para testar seu jogo contra os profissionais. Nagayama mostrou uma grande evolução em seu jogo, conseguindo o feito de sair no pelotão de domingo ao lado de Barcellos e Becker e terminar em quarto, com 295 (70-72-70-73), três abaixo do par e à frente de outros 21 profissionais que passaram o corte.
Anderson Namur foi o quinto colocado, com 286 (71-72-71-72), duas baixo do par, seguido por Ronaldo Francisco, da equipe YKP/Azeite 1492, sexto com 287 (70-72-72-73), uma abaixo, e último jogador a terminar com números vermelhos no placar. A YKP esteve entre os vários patrocinadores do Aberto do PL. Barcellos e Ronaldo integram a equipe de golfe das Forças Armadas do Brasil – ambos são terceiros sargentos do Exército – e irão representar o Brasil no 10º Campeonato Mundial de Golfe Militar, no Golfclub Houtrak, na Holanda, na semana entre os Jogos Olímpicos e o Aberto do Brasil, na virada de agosto para setembro.
Seniores – A Aberto do PL também teve uma competição para profissionais seniores (50 anos ou mais) vencida por Antônio Pereira, o Piléu, que jogou cinco abaixo na volta final, melhor resultado do torneio, para ser campeão com 211 (74-70-67) tacadas, cinco abaixo (a competição sênior teve apenas 54 buracos, com folga no sábado). Acácio Jorge Pedro, líder do primeiro dia, ficou em segundo, uma tacada atrás, com 212 (68-76-68), duas abaixo. João Corteiz completou o pódio, em terceiro, com 216 (72-71-73), o par do campo. Abaixo, Corteiz, Acácio, Sr. Fukada, sócio do PL entusiasta do golfe que patrocinou a competição sênior, e Piléu).
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