Coluna do John

25/05/2011


* Conheça as exigências para considerar uma bola perdida dentro dos azares de água e saiba como escolher o melhor drope para você


Regras de Golfe, por John Byers

por: John Byers**

Antes de tudo, quero ressaltar uma importante mudança nas Regras de Golfe versão 2008 – 2011: antigamente para a bola ser considerada perdida num azar de água, era necessário ter “evidência razoável” do que ela estava dentro do mesmo. A partir de janeiro de 2008, para uma bola ser considerada perdida dentro do azar de água, deve ser “conhecido ou virtualmente assegurado” que a bola está dentro do azar.

Muitos vão perguntar: qual é a diferença? De acordo com as novas regras, para ter absoluta certeza do que a bola esteja perdida dentro do azar, ou é preciso encontrar a bola dentro do azar; ou é necessário ter testemunho do que a bola entrou (e não saiu) dele; ou, ainda, deve haver a clara impossibilidade de a bola estar em outro lugar a não ser dentro do azar. O jogador não pode presumir que sua bola esteja dentro do azar simplesmente porque existe a possibilidade da bola estar dentro do azar. Se não houver este “conhecimento” de que a bola está no azar de água, a bola está perdida e o jogador tem que repetir a tacada do local anterior, com penalidade de tacada e distância (Regra 27 -1).

No Gávea, há dez anos, no buraco 13, um profissional bateu sua bola nos coqueiros do lado esquerdo do fairway. Após uns três minutos de procura, ele chegou à conclusão de que sua bola estava perdida no lago. Para azar dele, seu caddie encontrou a bola presa nas folhas de um coqueiro e ele não teve outra opção a não ser declarar a bola injogável e bater a próxima, com penalidade, do meio dos árvores e sem chance de chegar ao green. Naquela época, antes de encontrar a bola, estávamos tentando estimar o local de drop perto do lago; hoje não haveria dúvida, ele teria que voltar para o tee.

Em abril, eu estava arbitrando no Torneio Comemorativo dos 100 Anos da Imigração Japonesa e estava no buraco 7 do Paradise, um dog-leg de 320 jardas para a esquerda com água frontal. Do tee não dá para ver nem o lago e nem o green. Alguns jogadores, por não conhecerem a mudança na regra, foram surpreendidos pelas decisões dos árbitros ao serem informados que tinham que voltar para o tee porque não estava conhecido ou virtualmente assegurado que a bola “não encontrada” estava no lago.

Uma sugestão para evitar esse tipo de problema seria de mandar um caddie na frente para acompanhar a trajetória das bolas neste e em outros buracos similares. Outra sugestão seria de cortar o rough, eliminar canteiros de flores etc., perto de azares de água, para diminuir a possibilidade de a bola estar perdida fora e não dentro do azar.
Sempre é bom lembrar a definição de um azar de água, ou seja, “lago, lagoa, rio, valeta, canal de drenagem ou outro curso de água aberto, que tenha ou não água”.
Bom, assumindo que temos absoluta certeza que a sua bola caiu no azar de água, o que fazer?

A resposta é um pouco complicada porque depende de trata-se de um azar frontal ou lateral. Como saber? Simplesmente vendo a cor das estacas ou linhas: frontal=cor amarela; lateral=cor vermelha.

   A) Aprofundando um pouco, tratando-se de um azar frontal (estacas ou linhas amarelas), o jogador está basicamente obrigado a manter o azar entre a bola dropada e a bandeira. Conforme a Regra 26-1, com a penalidade de uma tacada, ele pode optar para repetir a tacada do ponto original ou, mantendo o ponto onde a bola cruzou pela última vez a margem do azar entre ele e a bandeira, dropar a bola nessa linha para trás do azar, sem limite de distância.

   B) Caso se trate de um azar lateral (com estacas ou linhas vermelhas) o jogador tem as mesmas duas opções (repetir a tacada ou dropar atrás da linha sem limite de distância) e mais duas outras, todas com a mesma penalidade de uma tacada.

   1) Ele pode dropar a bola dentro da distância de dois tacos do lugar onde a bola original cruzou pela última vez a margem do azar lateral, porém não mais perto do buraco. Eu diria que este é o drop mais comum, inclusive tenho assistido muitos jogadores medindo a distância de dois tacos quando o azar é frontal ! Favor observar no seu clube no próximo fim de semana – dois tacos de distância quando se trata de azar frontal não existe! Vamos educar.

   2) Ele pode dropar a bola num ponto na margem oposta do azar num local eqüidistante do buraco. Esta opção pode ser muito interessante e vejo poucos jogadores aproveitando desta regra. No meu clube, o São Fernando, no buraco 7, existe um lago à esquerda. Caso a segunda tacada entre neste lago (com draw que é meu caso), existe um alto, lindo e frondoso pinheiro atrapalhando o próximo tiro para o green. Usando as regras, pode-se dropar na outra margem, eqüidistante do buraco, e ali, além de não ter obstrução de árvore nenhuma, o tiro é muito mais fácil por ser pela longitude do green e por não haver bancas interferindo.

Regras as vezes são chatas… mas muitas vezes um conhecimento melhor delas pode proporcionar vantagens.

*Coluna publicada originalmente na edição 6 da revista Golf & Turismo

**John Byers é diretor da Federação Internacional de Golfe (IGF) e diretor de Regras e Assuntos Internacionais da Confederação Brasileira de Golfe (CBG)

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